Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Estadual de História

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O AMOR NOS CORDÉIS SOBRE RAPTOS CONSENTIDOS
Rosemere Olimpio de Santana

Última alteração: 2016-12-19

Resumo


Pretendemos nesse artigo discutir a partir de alguns cordéis que circularam no nordeste no período de 1920 a 1940, a prática do rapto consentido. Esses folhetos discorriam sobre a modernidade e as mulheres sobre as mudanças de lugares na sociedade e, como não poderia deixar de ser, tratam dos casos de raptos consentidos. Suas histórias emboram sejam ficcionais, tratam de questões comuns à vivência dos poetas e podem mostrar valores e experiências partilhadas. A maioria dos cordéis tratam não só dos raptos como do amor, tema que enfatiza a busca do ideal romântico, ou seja, a busca pelo amor verdadeiro que tudo pode vencer, mas também trazem a tona a traição, as angústias e as trapaças e mentiras que uma relação amorosa pode produzir. Assim, também nos cordéis os raptos foram traduzidos como experiência de desejo transitório e ardiloso. Sabemos que a literatura de cordel tinha uma circulação ativa, inclusive no interior nordestino. Embora o título de popular acompanhe esse documento não o compreendemos como representação do pensamento popular. Segundo Grillo (2008), os cordéis se referiam à preocupação e ao contexto social dos poetas, leitores e ouvintes. Além de tratar de eventos sociais, econômicos e políticos, os cordéis também supriam a escassez de informações, principalmente no sertão nordestino. Desta forma, os cordéis enquanto artefatos culturais literários podem nos remeter a formas distintas de sentir e pensar o amor na prática dos raptos consentidos.

Palavra-chave: Raptos consentidos, Cordéis, Relações amorosas.


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