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Algoritmos de Manejo Dores de Garganta
O que são dores de garganta?
Dores de garganta são um sintoma comum que podem ser decorrente de diversas condições, desde infecções virais simples até condições mais sérias como amigdalite bacteriana.
Sintomas
Dores de garganta podem ser acompanhadas por outros sintomas, como febre, dificuldade para engolir e inflamação das amígdalas. É crucial buscar ajuda para observar se a dor de garganta é aguda ou crônica, bem como se está associada a outros sintomas.
Causas Comuns:
Existem duas causas comuns para as dores de garganta, sendo aquelas dores ocasionadas pelas infecções virais, ou também aquelas ocasionadas por bactérias. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, a amigdalite é uma doença infecciosa que atinge as amídalas – dois órgãos que ficam no fundo da garganta e fazem parte do sistema de defesa do organismo, funcionando como a primeira barreira contra micro-organismos que nos invadem pela boca, e que podem ocasionar dores de garganta por decorrência dessa infecção.1
A amigdalite pode ser causada por vírus (mais frequentes nas crianças), como o rinovírus humano (HRV), por bactérias (atinge mais os jovens e os adultos) ou pela associação dos dois agentes. Essas infecções virais geralmente são autolimitadas, ou seja, não necessitam de antimicrobianos. Já a Amigdalite Bacteriana, causada geralmente por Streptococcus pyogenes, requer antimicrobianos para prevenir complicações. Entretanto, para chegar a uma causa das dores, é necessário um diagnóstico propriamente dito.
Diagnóstico Diferencial:
Para determinar a causa, os médicos usam algoritmos que incluem exames físicos e testes rápidos de antígeno estreptocócico. A diferenciação entre infecções virais e bacterianas é crucial para evitar o uso desnecessário de antimicrobianos.2
No exame físico, o médico examina a garganta em busca de sinais como pus nas amígdalas e úlceras. Já no Teste Rápido de Antígeno Estreptocócico, geralmente esse teste é realizado para confirmar a presença de bactérias, quando houver suspeita de amigdalite bacteriana. Em alguns casos, uma cultura de garganta é feita para identificar a bactéria específica e sua sensibilidade aos antibióticos.
Entretanto, os farmacêuticos também podem utilizar algoritmos para buscar entender a origem das dores.
Anamnese e Formas de tratamento
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, existem duas formas de lidar com as dores de garganta. Por meio do tratamento não farmacológico, ou seja, aquele que não necessita do uso de fármacos por se tratar de um problema de saúde autolimitado, ou por meio do tratamento farmacológico. Para identificar a melhor forma de tratamento para o paciente, é importante a realização da anamnese para entender a recorrência e a frequência dos sintomas ligados às dores de garganta.
A anamnese consiste em uma prática profissional que avalia os sintomas do paciente em relação a uma determinada condição, com o intuito de descobrir se o problema é autolimitado ou não. Quando não for, deve-se encaminhar o paciente para outro profissional de saúde ou para outros serviços de saúde.
O tratamento não farmacológico pode ser feito executando algumas ações, como:
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A ingestão de líquidos, como água, sucos e/ou chás.
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Fazer gargarejos com água e sal durante 10-15 segundos, até 4x ao dia. Para isso, é recomendado misturar 1⁄4 de uma colher das de chá com sal em 1 xícara de água morna.
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Usar umidificador de ambiente também é algo que pode ser feito para aumentar a umidade de locais geralmente secos.
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Evitar ou diminuir a exposição ao fumo (ativo ou passivo), para não prejudicar ainda mais as dores de garganta.
Já no farmacoterapia, alguns medicamentos isentos de prescrição (MIPs) são os mais recomendados no guia de algoritmos para prática clínica.
Os principais medicamentos isentos de prescrição utilizados para o tratamento da dor de garganta são: ibuprofeno, ácido acetilsalicílico, paracetamol, dipirona e combinações para uso tópico (spray, colutório ou pastilhas).
Ainda no guia, é mostrada a posologia ideal para adultos e crianças, juntamente com as contraindicações e orientações no uso desses medicamentos.
REFERÊNCIAS
1. Amigdalite. Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/amidalite-ou-amigdalite/. Acesso em: 01 de nov. de 2023.
2. Araujo Filho BC, Imamura R, Sennes LU, Sakae FA. Papel do teste de detecção rápida do antígeno do estreptococcus beta-hemolítico do grupo a em pacientes com faringoamigdalites. Rev Bras Otorrinolaringol [Internet]. 2006Jan;72(1):12–6. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-72992006000100003. Acesso em: 10 de out. de 2023.
3. Algoritmos de prática clínica: grupo de trabalho de educação permanente / Conselho Federal de Farmácia. – Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2021. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/algoritmosdepraticaclinica.pdf. Acesso em: 10 de out. de 2023.