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Projetos fomentam ações em saúde para mulheres de diversas idades

publicado: 10/08/2021 14h08, última modificação: 10/08/2021 14h08

Roncilda de Souza Pereira, dona de casa, 46, conheceu o projeto Amora’s através do cartaz de divulgação que Juerila Barreto, docente do Departamento de Fisioterapia, espalhou no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW/UFPB). Desde então, tem participado da atividade de extensão, que desenvolve um grupo de atenção à saúde da mulher de meia-idade. Ela conta que antes de entrar no Amora’s já havia feito parte de outros projetos também coordenados pela docente.

Roncilda destaca que além do projeto ter ajudado a aplacar a sensação de isolamento, também a auxiliou no conhecimento sobre seu corpo e saúde. “Ela está nos passando o quanto é importante a gente se preservar, se cuidar e se conhecer tanto fisicamente quanto os nossos sentimentos”, explica. 

O projeto “Amora’s: Assistência à saúde da mulher na meia idade” tem o intuito de promover o apoio e educação em saúde para mulheres entre 35 a 59 anos, período no qual ocorre, geralmente, a fase de climatério e menopausa. Durante a pandemia, os encontros quinzenais abordam conteúdos sobre anatomia do sistema genital feminino e ciclo ovariano para as mulheres que estão nesse processo. Além disso, as atividades também são direcionadas para percepção e autoconhecimento corporal, assim como exercícios com abordagem fisioterapêutica. 

Essa é a 15ª edição da atividade que nasceu de uma inquietação de Juerila Barreto, coordenadora do projeto. “Eu observava que havia muitos trabalhos de assistência a gravidez na adolescência e terceira idade. Mas, as questões relacionadas às mulheres na meia-idade, período do climatério e a passagem pela menopausa ficavam no limbo. Foi quando eu pensei em criar o grupo Dinâmicas do Climatério e Menopausa”, relembra. 

A extensão teve início em 2000 e seguiu até 2011, quando passou por um período de pausa. As atividades retornaram em 2019 e, atualmente, contam com a parceria do Núcleo de Pesquisas Homeopáticas e Fitoterápicas (NEPHF) e do Instituto Paraibano de Envelhecimento (IPE). 

Para Juerila, o motivo da saúde da mulher na meia idade ser tão pouco discutida tem relação com a ideia do querer ser jovem eternamente e a todo custo. E, embora hoje existam grupos resistentes que comentem a temática, abordar e ter iniciativas voltadas para o assunto ainda é um processo doloroso e que não atende ao mercado de consumo da beleza. 

E, foi justamente essa escassez de debate sobre o tema que chamou atenção de Samara Sinésio, estudante do terceiro período de fisioterapia e bolsista do projeto. Para ela, as próprias mulheres têm uma certa resistência em buscar conhecimento sobre o corpo e as etapas pelos quais ele passa. “Uma vez que você conhece melhor os processos corporais, há um desenvolvimento maior de autocuidado e de autopercepção, melhorando aspectos físicos, emocionais, mentais, comportamentais e fisiológicos”, ressalta. Atualmente, o projeto conta com a presença de 10 mulheres e não está aberto para novas participantes.  

Rede de Apoio entre Mulheres 

Além do Amora’s, o projeto “Miga sua louca: chega, junta!”, vinculado ao Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva, também debate saúde da mulher, em especial, as situações adoecedoras advindas com a pandemia da Covid-19. Na modalidade remota, o grupo desenvolve ações através de grupos terapêuticos ou rodas de conversa, além de disponibilizarem meditação via podcast, lives quinzenais e postagens em redes sociais abordando temáticas de interesse das mulheres. 

Segundo Érika Andrade, bolsista do projeto, as ações são desenvolvidas de forma que estimulem o autocuidado entre as participantes, construam redes de apoio entre elas e diminuam os prejuízos e riscos de transtornos mentais durante a pandemia. Ela ainda salienta a necessidade de que essa comunicação seja feita de forma compreensível por meio das redes sociais. “É fundamental que essa discussão seja através de um diálogo acessível, no sentido de contribuir com a implementação de políticas públicas que efetivamente impactam a qualidade de vida e saúde mental das mulheres”, destaca. 

A atividade de extensão faz parte do Konekto: Programa de Promoção de Bem-Estar na Universidade, programa de extensão do Centro de Ciências de Saúde. A docente Anna Luiza, coordenadora do projeto, menciona que é por meio do Konekto que tem buscado articular e semear novas iniciativas voltadas à saúde e bem-estar das mulheres. 

Para a coordenadora, a grande contribuição do projeto é dar espaço para que as mulheres se relacionem de uma forma segura e com confiança entre elas. Ou seja, estimular a sororidade, autonomia e construção de estratégias de melhoria da qualidade de vida e de saúde. “Nós sabemos como é importante um espaço protegido e de acolhimento, onde as mulheres possam existir como são: com dúvidas, fragilidades e, sobretudo, valorização de suas potências”, finaliza. 

O projeto ainda está aberto para novas participantes que tiverem interesse no assunto. Para saber mais ou como participar, acesse as redes sociais do projeto ou o email migasualouca2021@gmail.com.

Extensionista: Aléssia Guedes | Edição: Lis Lemos