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Ações de extensão nas feiras da Paraíba

publicado: 06/07/2020 17h49, última modificação: 07/07/2020 11h16

Conheça a atuação de projetos de extensão da UFPB nas feiras livres da Paraíba

As feiras livres são importantes espaços de comercialização de alimentos e também de geração de renda para muitos trabalhadores. Visando fortalecer esses espaços e permitir a melhor capacitação dos feirantes, a Extensão Universitária da UFPB tem atuado com ações de extensão nos municípios de Areia, João Pessoa e região metropolitana, além de municípios da Zona da Mata paraibana.

Recentemente, dois projetos, o “Feira Livre” e o “Sabores da Terra”, iniciaram as ações de assistência aos feirantes da região de João Pessoa. Já o projeto “Compre na Feira”, iniciativa de extensão do Campus II, da cidade de Areia, há mais de dez anos auxilia os agricultores da região no melhor manejo e na venda de frutas e verduras.

No período de pandemia de Covid-19, essas atividades de extensão são essenciais, já que prestam apoio aos feirantes no momento em que o cuidado com os alimentos é ainda mais necessário.  As ações têm acontecido através de conteúdos educativos virtuais e criação de plataformas on-line para que os feirantes possam continuar a comercializar os alimentos.

Projeto Feira Livre

Vinculado ao Centro de Tecnologia (CT), o projeto “Feira Livre” tem o objetivo de proporcionar segurança alimentar e boas práticas de manipulação de alimentos através de cursos de capacitação para os feirantes da cidade de João Pessoa. Para isso, conta com uma equipe multidisciplinar que agrega tanto discentes quanto docentes das áreas da Engenharia, Tecnologia e Ciências de Alimentos.

Segundo a bolsista Roberta Roza, aluna do curso de Engenharia de Alimentos, o contato com os feirantes e a rotina de trabalho permite dimensionar a importância do projeto. “Não é só uma capacitação de como se deve manusear ou armazenar corretamente os alimentos, mas sim uma questão de saúde pública. É necessário conscientizá-los sobre segurança alimentar”, defende.

A segurança alimentar é, inclusive, uma política pública norteadora desenvolvida no Brasil através do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). De acordo com o órgão, consiste na “realização do direito de todos ao acesso regular e permanente de alimentos de qualidade”.

Fundamentado nessa concepção, o projeto “Feira Livre” busca dialogar com os trabalhadores sobre higiene e segurança nas rotinas de manejo dos alimentos. “O principal benefício é a capacitação desses trabalhadores, pois com isso eles terão mais conhecimento e certamente conseguirão atrair mais clientes”, conta Joselma Amorim, servidora-docente e coordenadora do projeto.

Com a suspensão das atividades presenciais da UFPB, estão sendo desenvolvidas ações educativas através das redes sociais. Essa modalidade virtual possibilita que comerciantes de outras cidade, além de João Pessoa, possam acessar os conteúdos. O projeto planeja realizar cursos e, com a parceria de cooperativas do Estado, está levantando quais são as necessidades dos comerciantes.

 

Projeto Sabores da Terra

Também situado no Campus I, no Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), o projeto “Sabores da Terra” tem atuado com o objetivo de prestar assistência à rede de feiras agroecológicas que acontecem nos municípios metropolitanos de João Pessoa e na região costeira, a denominada Zona da Mata paraibana.

Baseado no conceito da agroecologia, o projeto visa valorizar os ecossistemas e também os saberes familiares e campesinos dos agricultores. “A proposta agroecológica é a de produção de alimentos saudáveis, orgânicos, sem uso de agrotóxicos e que preservem os recursos naturais. Além disso, a comercialização de produtos é uma forma de renda para esses agricultores”, explica o docente Fillipe Marini, coordenador do projeto.

Nesse sentido, a extensão executa uma proposta de diálogo contínuo com os agricultores, ONGs e movimentos sociais agroecológicos, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Junto a essas associações, são executadas e construídas metodologias que fortalecem as relações entre a rede de feiras agroecológicas da Zona da Mata. “Temos de entender a caminhada histórica e observar as ações que esses grupos estavam executando para então construir uma proposta que satisfaça as necessidades deles”, conta Marini.

Projeto Sabores da Terra_Feira Agroecológica do Centro1_Imagem cedida pelo projetoO projeto já mapeou movimentos de 34 assentamentos que, por sua vez, se organizaram nas feiras: EcoVárzea da UFPB, EcoSul (bairro do Bessa), Feira do Centro (Praça Rio Branco, em João Pessoa), Feira do Instituto do Ser (bairro dos Bancários), Feira de Itabaiana (na cidade de Itabaiana) e Feira de Jacaraú (na cidade de Jacaraú).

O  projeto tem programado oficinas para sobre sustentabilidade na agricultura e controle biológico de insetos indesejáveis, por exemplo.. A proposta é realizar visitas mensais às feiras para identificar as necessidades de cada espaço.

Contudo, em virtude da pandemia de Covid-19, o projeto precisou readequar a atuação. A necessidade de isolamento social suspendeu a realização das feiras livres e, com isso, o “Sabores da Terra” tem prestado auxílio aos trabalhadores. Segundo Marini, está sendo desenvolvida uma plataforma para comercialização virtual dos alimentos e para suporte logístico do processo de vendas.

O ajuste à nova realidade tem sido difícil. “O público-alvo são os agricultores familiares da zona rural de assentamentos rurais. Eles até têm acesso ao telefone e à internet, principalmente os mais próximos da região metropolitana de João Pessoa, mas ainda é uma realidade muito nova e traz dificuldades”, conta o coordenador.

 Projeto Compre na Feira

Já no Campus II, em Areia, o projeto “Compre na Feira” colabora com os feirantes do Brejo paraibano. Há 17 anos a extensão do Centro de Ciências Agrárias (CCA) tem traçado estratégias de fortalecimento dos espaços de comércio livre, sobretudo do município de Areia. As ações são voltadas para orientação e ensino de técnicas de cuidados básicos com os alimentos e a higienização do ambiente de comércio.

Segundo a docente Silvanda Silva, coordenadora da ação, “o projeto tem sido um catalisador na melhoria da qualidade do serviço e do reconhecimento da atividade do feirante”. Para ampliar as possibilidades da ação, a extensão realiza parcerias com a Prefeitura Municipal de Areia, a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER) e a Vigilância Sanitária.

Feira Livre de Areia, maio de 2019_Imagem disponível no Facebook Compre na Feira

Feira Livre de Areia, maio de 2019: Imagem disponível no Facebook Compre na Feira

As atividades desenvolvidas pelo projeto contemplam vários temas, como importância das hortaliças, estratégias básicas para melhorar a relação entre o comerciante e o cliente, além de técnicas de higienização do ambiente. Esse último tópico, como destaca a extensionista Geane Mota, se mostrou essencial em virtude da pandemia provocada pelo novo Coronavírus. 

Com a suspensão das atividades presenciais, as ações de extensão estão sendo desenvolvidas com o suporte das mídias sociais. Além da página do Facebook, o projeto tem mantido uma página no Instagram e um grupo de WhatsApp para o diálogo com os feirantes.

Geane Mota, bolsista do projeto e aluna do curso de Agronomia, destaca que as feiras livres são ambientes muito ricos em informações, experiências e vivências que permitem um conhecimento para além da sala de aula. “É uma forma de trocar experiências, passar um pouco do que tenho estudado na Universidade como também entender a vivência da agronomia nesses agricultores”, conta a bolsista.

 Reportagem de  Ana Lívia Macedo da Costa (Bolsista PROEX 2020). Editado por Comunicação PROEX