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Pesquisador da UFPB mapeia genes envolvidos na obesidade e sua relação com eficácia no emagrecimento

publicado: 03/01/2020 18h35, última modificação: 26/10/2021 12h58
Estudo analisa como a genética interfere no processo de emagrecimento por meio de treinamento físico
Foto: Mahmoud Ahmed/Pixabay

Foto: Mahmoud Ahmed/Pixabay

Uma pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolvida pelo professor Alexandre Sérgio Silva, do Programa Associado de Pós-Graduação em Educação Física do Departamento de Educação Física da UFPB, junto com a Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco (UFPB/UPE), está mapeando os fatores genéticos e metabólicos envolvidos no emagrecimento induzido pelo treinamento físico em adultos com excesso de peso. O objetivo é analisar como os fatores metabólicos e genéticos influenciam no emagrecimento de pessoas que realizam exercícios físicos.

Além do fator genético, a equipe também analisará as questões metabólicas por meio de exames de sangue, verificação de características sanguíneas como inflamações e estresse, que são variáveis importantes no processo de emagrecimento e do ganho de peso da obesidade, e se esses fatores metabólicos interferem na perda de peso.

“A partir do conhecimento de mecanismos fisiológicos e metabólicos de cada pessoa, que facilitam ou dificultam o emagrecimento, nós podemos melhorar bastante os programas futuros de treinamento físico, pois conhecendo melhor as tendências metabólicas e genéticas, conseguimos modificar o programa de treino e aprimorar o efeito do emagrecimento”, explicou o Prof. Alexandre.

O projeto já vem sendo desenvolvido desde 2014, com alunos do mestrado e do doutorado em Educação Física. A pesquisa se desenvolve a partir do estudo dos genes, que são segmentos de moléculas de DNA (ácido desoxirribonucleico), responsáveis pelas características herdadas geneticamente. Até o momento, dois genes, de dois candidatos, foram estudados e houve publicação dos resultados de um deles; já o outro ainda está em análise. O intuito é que o número de genes estudados aumente de dois para oito ou dez.

“As pesquisas já tinham mostrado que alguns genes, que eram reconhecidos por influenciar na obesidade, também influenciam no emagrecimento, explicando porque uns emagrecem mais e outros menos. Agora vamos conseguir mapear, praticamente, todos os principais genes envolvidos na obesidade e como a genética influencia no processo de emagrecimento induzido por exercício físico”, explicou o professor.

Ingresso de alunos

O início das atividades do projeto, denominado "Mapeamento de fatores genéticos e metabólicos envolvidos na responsividade ao emagrecimento induzido pelo treinamento físico em adultos com excesso de peso", está previsto para o próximo ano. O docente adiantou que como os alunos participantes, do mestrado e doutorado, já terminaram suas pesquisas, será aberta oportunidade para o ingresso de alunos de iniciação científica e, na próxima seleção da UFPB/UPE, um aluno mestrando será selecionado para desenvolver a pesquisa.

O projeto foi aprovado no Edital Universal, lançado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ) e pela Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT), que teve como objetivo convidar pesquisadores vinculados aos Programas de Pós-graduação stricto sensu acadêmico ou profissional das Instituições de Ensino Superior (IES) do estado da Paraíba, a apresentarem propostas para obtenção de apoio financeiro para suas pesquisas. Os projetos aprovados serão financiados com o valor global de R$ 4 milhões e o prazo máximo de execução será de 36 meses. Mais de 50 projetos, de diversas áreas de pesquisa da UFPB foram aprovados. Também tiveram projetos aprovados a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

O Prof. Alexandre Silva informou, ainda, que pretende realizar um programa de treinamento. “O intuito é montar um Programa de Extensão na universidade só para treinamento de corrida e caminhada para pessoas que pretendem emagrecer, podendo inclusive virar uma equipe de corrida só com pessoas acima do peso, em que o objetivo não é ganhar a prova, mas sim, completar a prova, ou seja, estimular pessoas que têm obesidade a praticarem corrida ou caminhada”, explicou o Prof. Alexandre.

Além do programa de exercícios, o projeto vai monitorar não só o peso corporal, mas também a quantidade de gordura no corpo dos participantes, com aparelhos específicos, com a finalidade de verificar quanto de gordura o treinamento físico está conseguindo eliminar nessas pessoas.

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Reportagem: Glaucy Grangeiro
Edição: Aline Lins