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“Espera-se que a vacinação torne casos de reinfecção raros”, diz professor da UFPB

Tempo de proteção das vacinas para covid-19 ainda é uma incerteza
publicado: 21/12/2020 09h13, última modificação: 21/12/2020 09h13
Laboratório da UFPB identificou o primeiro caso de reinfecção por covid-19 no país, no dia 9 de dezembro. Foto: Romero Vasconcelos

Laboratório da UFPB identificou o primeiro caso de reinfecção por covid-19 no país, no dia 9 de dezembro. Foto: Romero Vasconcelos

O professor da Escola Técnica de Saúde e coordenador do Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada (Lavimap) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Felipe Bezerra, é taxativo: “Espera-se que a vacinação torne casos de reinfecção raros”. 

Segundo o docente da federal paraibana, os resultados das pesquisas têm demonstrado que as vacinas estimulam bem a produção da imunoglobulina (anticorpo) IgG protetora. “O que os estudos ao longo do tempo, após a vacinação, irá demonstrar é por quanto tempo essa proteção permanecerá, o que ainda é uma incerteza”, explica João Felipe Bezerra. 

A IgG protetora é uma das cinco classes diferentes de imunoglobulina. As outras são as IgM, IgE, IgA e IgD. De acordo com artigo publicado em 3 de fevereiro deste ano, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro, as três imunoglobulinas investigadas com maior frequência em exames são as IgM, IgG e IgE. 

Conforme a fundação, os anticorpos IgM e IgG têm ação conjunta na proteção imediata e a longo prazo contra infecções. Já os anticorpos IgE estão associados a alergias. Um resultado positivo para IgG pode indicar que a pessoa está na fase crônica e/ou convalescente ou já teve contato com a doença em algum momento da vida e, portanto, para algumas doenças, esses anticorpos funcionam como uma proteção em caso de novo contato com o microrganismo. 

O Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada (Lavimap) da Escola Técnica de Saúde da UFPB, no  campus I, em João Pessoa, identificou o primeiro caso de reinfecção por covid-19 no país, no dia 9 de dezembro.

Para conseguir atingir o objetivo de mitigação dos impactos da pandemia, diversos países e empresas farmacêuticas estão empreendendo esforços na produção de uma vacina segura e eficaz contra a covid-19. Ao todo, são cerca de 200 candidatas no mundo. Dezenas de imunizantes estão em testes em humanos, provenientes de diferentes países e com o emprego de tecnologias distintas. 

Não há, ainda, uma vacina aprovada para uso no Brasil que combata a covid-19. O Reino Unido foi a primeira nação no mundo a aprovar uma vacina contra a covid-19, a da Pfizer, que foi a primeira a concluir seus testes clínicos, com anúncio de eficácia de 95% feito em 18 de novembro.

O Ministério da Saúde apresentou o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 em 16 de dezembro, como medida adicional de resposta ao enfrentamento da doença, tida como emergência de saúde pública de importância internacional, mediante ações de vacinação nos três níveis de gestão, porém sem data definida para início  das aplicações.

A covid-19 é a maior pandemia da história recente da humanidade causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), que provoca infecção respiratória aguda potencialmente grave. Trata-se de uma doença de elevada transmissibilidade e distribuição global.

A transmissão ocorre principalmente entre pessoas por meio de gotículas respiratórias ou contato com objetos e superfícies contaminadas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 40% das pessoas têm a forma leve ou moderada da doença, porém aproximadamente 15% delas desenvolvem a doença severa necessitando de suporte de oxigênio.

Tem-se ainda que 5% da população que é afetada com a forma grave da doença pode vir a desenvolver, além das complicações respiratórias, problemas sistêmicos como trombose, desordens cardíacas e renais, sepse e choque séptico.

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Reportagem e Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB