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Curso de estatística aplicada à nutrição com linguagem R na UFPB inscreve até esta quarta (15)

publicado: 14/02/2023 15h21, última modificação: 14/02/2023 15h32
As inscrições devem ser realizadas por meio do sistema Sigaa da Instituição

Foto Angélica Gouveia

Curso de estatística aplicada à nutrição, com linguagem R, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), inscreve até quarta-feira (15), por meio do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa). A formação tem 40 vagas e será realizada de forma remota, com periodicidade quinzenal, de março a dezembro deste ano.

O curso é voltado para pesquisadores em formação, professores e técnicos que sentem a necessidade de aprender estatística para melhorar as suas pesquisas, respondendo a perguntas como: Quais são os alimentos mais consumidos pelos brasileiros? Pessoas negras têm a mesma probabilidade de ter uma alimentação saudável comparadas a pessoas brancas? Como nossa alimentação impacta o meio ambiente?

A realização do curso é fruto de parceria interinstitucional entre os Departamentos de Nutrição da UFPB e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Laboratório de Síntese Ecológica e Conservação da Biodiversidade da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

“Nossa prioridade é capacitar os membros dos nossos laboratórios de pesquisa e parceiros. O curso contará com um grupo de professores de diversas áreas, como epidemiologia nutricional, ciências sociais, linguística e etnobiologia, vinculados à UFPB, UFRN e UFRPE”, afirma Sávio Gomes, professor do curso de Nutrição da UFPB e cocoordenador do Observatório das Desigualdades em Alimentação e Nutrição, grupo de pesquisa recém-criado da UFPB e com foco em estudar como injustiças sociais podem impactar a alimentação e nutrição das pessoas.

De acordo com o docente, na ciência, constantemente precisamos tomar decisões para aceitar ou rejeitar uma hipótese. “Por exemplo, para saber se um medicamento terá um efeito positivo ou negativo sobre uma doença, eu preciso testar isso em uma população, algumas pessoas vão ser curadas e outras não, mas quantas curas serão suficientes para que eu aceite que o medicamento tem efeito positivo sob a doença? A estatística entra aí!”, exemplifica Sávio Gomes.

Segundo ele, a estatística ajuda a saber qual é a probabilidade de cura de um medicamento em um grupo de pessoas ser, de fato, relacionado ao medicamento ou a outros fatores, como, por exemplo, o uso de algum chá com planta medicinal. “Na nutrição, podemos replicar esse exemplo de diferentes maneiras. Eu posso quantificar o quanto a renda de um grupo de pessoas impacta na qualidade da alimentação ou mesmo saber o efeito de políticas públicas na melhoria da alimentação das pessoas”, diz o professor e pesquisador da UFPB. 

Professor Sávio Gomes argumenta que a linguagem R é, nesse sentido, uma ferramenta para nos ajudar a lidar com a estatística. “É uma linguagem de programação orientada a objetos, voltada à manipulação, análise e visualização de dados. Na saúde, somos acostumados a usar programas estatísticos e temos alguns problemas com esse uso, destaco dois: limitação das ferramentas de análise e alto custo financeiro da assinatura desses softwares”.

Para ele, a linguagem R surge como uma alternativa a esses dois problemas, pois, como uma linguagem, novas ferramentas de análises são criadas a todo o momento pela grande rede de colaboradores que existe em todo o mundo e é totalmente gratuita. “Ainda destacaria que, sem sombra de dúvida, tem os gráficos mais lindos do mundo”, destaca o docente.

No ponto de vista de Sávio Gomes, a área de alimentação e nutrição lida com inúmeros problemas devido a sua amplitude. “Lidamos com problemas clínicos, ligados a doenças como obesidade e diabetes, problemas sociais como a fome, problemas de qualidade sanitária de alimentos e doenças relacionadas a microrganismos, até problemas ambientais como as mudanças climáticas”.

Mas, pensando nos principais desafios globais da atualidade, a partir da perspectiva da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, ele entende que a nutrição tem relação com, pelo menos, sete dos 17 objetivos, entre eles acabar com a fome, vida saudável, água e saneamento, cidades e comunidades sustentáveis, produção e consumo sustentáveis, combater as alterações climáticas e ecossistemas terrestres e biodiversidade.

 

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Reportagem: Pedro Paz

Edição: Aline Lins

Foto: Angélica Gouveia