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Cursos preparatórios da UFPB para o Enem apostam nas ferramentas digitais

Atividades remotas visam garantir democratização do acesso ao Ensino Superior
publicado: 03/06/2020 20h23, última modificação: 03/06/2020 20h23
Suspensão das atividades presenciais devido à pandemia do novo coronavírus e exclusão digital são os novos desafios enfrentados por oito projetos de extensão da UFPB. Crédito: Reprodução/Geekie/Autor Desconhecido

Suspensão das atividades presenciais devido à pandemia do novo coronavírus e exclusão digital são os novos desafios enfrentados por oito projetos de extensão da UFPB. Crédito: Reprodução/Geekie/Autor Desconhecido

Oito cursos preparatórios da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com atuação em João Pessoa, no Litoral Norte e no Brejo paraibano, têm buscado, por meio de ferramentas digitais, se adaptar às medidas de distanciamento social para controle da epidemia do novo coronavírus.

A fim de dar continuidade à preparação gratuita de estudantes de baixa renda e de escola pública para a prova, imprescindível para garantir uma vaga no Ensino Superior, docentes e técnico-administrativos que coordenam os projetos de extensão têm oferecido aulas e materiais de estudo pela internet, com a ajuda de estudantes bolsistas e voluntários.

Na sua página eletrônica, a Pró-reitoria de Extensão (Proex) afirma que, com a suspensão das atividades presenciais, o desafio de democratizar o acesso aos cursos superiores se torna ainda maior.

“A impossibilidade de realizar aulas de forma presencial tem dificultado a realização das atividades de ensino, principalmente devido à dificuldade de acesso à internet de qualidade e a computador”, diz a pasta. A Assessoria de Comunicação Social (Ascom) da UFPB conseguiu entrar em contato com seis deles para verificar como está sendo desenvolvido este trabalho.

O EducaUFPB, projeto de extensão do Centro de Ciências Médicas, no campus I, em João Pessoa, tem uma turma formada por 60 estudantes na faixa dos 21 anos. Neste período de isolamento social, a iniciativa tem utilizado as redes sociais e plataformas como o Zoom e o Google ClassRoom para manter as atividades.

Neste momento, os coordenadores estão preparando atividades de revisão e de reforço dos conteúdos, enquanto os alunos seguem com acompanhamento individualizado.

De acordo com um dos idealizadores do projeto, Luiz Henrique Pessoa, cerca de 20% dos estudantes têm dificuldade com acesso à internet. “Muitos tiveram que voltar para sua cidade natal, nas quais têm que usar dados móveis. Esse tipo de conexão não dá conta das necessidades”.

Já o Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões de Saberes, vinculado ao Centro de Educação, também no campus I, em João Pessoa, prepara 180 estudantes, 80% deles na faixa etária dos 18 a 45 anos, em sua maioria autodeclarados negros ou pardos, de baixa renda e provenientes de escola pública.

“Há adultos que trabalham como vigilantes, recepcionistas, comerciários, domésticas e vendedores ambulantes. É um público que já tem uma escolarização defasada. Temos alunos que faz cinco ou dez anos que não estudam”, conta a coordenadora do projeto, a professora Suelidia Maria.

Com a suspensão das atividades presenciais, o PET migrou para as plataformas digitais. O programa está utilizando o Google ClassRoom para o envio das atividades e, mais recentemente, o WhatsApp.

A professora Suelidia Maria revela que há alunos com mais dificuldades que outros. Esses precisam de atendimento individual pelo celular. “Tudo que disponibilizamos na plataforma também é ofertado pelo WhatsApp, para esse grupo específico. Dos 180 alunos, o programa está conseguindo atender por meio das ferramentas digitais em torno de 110 a 115”.

O cursinho popular Podemos+, ação de extensão que acontece na Escola Cidadão Integral Francisca Ascensão Cunha, em João Pessoa, atende estudantes da cidade de Campina Grande e da zona rural de Queimadas, ambas no Agreste.

Segundo o coordenador do projeto, professor José Jonas Duarte, a maioria dos jovens não possui acesso frequente à internet ou computadores. Para ele, encontrar uma ferramenta educacional que alcance todos os cursistas está sendo um grande desafio, devido à impossibilidade dos encontros presenciais.

O Curso Preparatório Pró-Enem UFPB Bananeiras, no campus III, no Brejo paraibano, tem 400 alunos matriculados e atende 17 municípios da região. “Diante da pandemia, nós vamos ofertar o curso a partir da primeira quinzena de junho, por meio das ferramentas on-line de educação a distância”, explica o coordenador Marcos Barros.

Ele pretende utilizar como ferramentas auxiliares videoaulas gravadas e videoconferências pelo Google Meet, e canais no YouTube e Instagram.

Marcos Barros destaca o alcance social do projeto, criado em 2007, e dos outros cursos preparatórios da UFPB. "É uma ação inclusiva e afirmativa da universidade, viabilizando que jovens de camadas sociais menos favorecidas tenham acesso a um ensino preparatório para ampliar suas possibilidades de acesso ao Ensino Superior brasileiro”.

O cursinho Pré-Enem Comunitário do Centro de Ciências Agrárias, no campus II, em Areia, também no Brejo, abrirá as inscrições deste ano nos próximos dias. No ano passado, quatro turmas somavam cerca de 180 alunos.

De acordo com o coordenador geral do projeto, professor Djail Santos, a perspectiva é ofertar o ensino on-line. O público atendido pelo cursinho, geralmente, não tem acesso a redes de internet, mas a ideia é tentar se adaptar a esta realidade.

“No momento, temos dois bolsistas. Eles concluíram nesta semana o levantamento de aquisição de material e estão montando estrutura para ofertar o cursinho aos estudantes. Planejamos entrar em atividade em no máximo 15 dias. Não está sendo fácil porque o número de bolsistas é reduzido. Gerir um projeto desse localmente é difícil. Imagine agora à distância”, comenta Djail.

O cursinho Pré-Enem do Centro de Ciências Aplicadas e Educação, no campus IV, no Litoral Norte, atende 340 estudantes em três polos nas cidades de Mamanguape, Rio Tinto e Jacaraú, e tem atualmente 340 alunos matriculados.

Para garantir algumas atividades, o projeto está criando alguns conteúdos para disponibilizar nas redes sociais e, em breve, no site do Centro de Ensino, segundo informação do bolsista Matheus de Sousa, estudante de Computação.

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Reportagem: Aline Lins | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB