Departamento de Comunicação da UFPB arrecada produtos de higiene pessoal para detentas

O Departamento de Comunicação (Decom) do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está arrecadando, até sexta-feira (13), produtos de higiene pessoal (absorventes, creme dental, escova de dente e sabonete) para mulheres detidas no Centro de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão. Os pontos de arrecadação na UFPB são o CCTA (nos três turnos, entre 8h e 22h) e a Reitoria (das 8h às 18h), localizados no campus I, em João Pessoa.

De acordo com a professora do Decom, Josilene Ribeiro, a ideia surgiu por meio de estudantes que destacaram a proposta de solidariedade no projeto “Nós por Elas – Antes de tudo, mulheres” e a necessidade de auxílio às mulheres aprisionadas.  

“São itens aos quais as detentas só têm acesso por meio de doações ou da assistência de familiares. Porém, pelo menos um terço das 200 reeducandas não recebem visita de parentes, o que despertou a sensibilidade das alunas”, destaca.

A professora Josilene Ribeiro afirma que, por meio da disciplina “Comunicação e Culturas Contemporâneas”, a campanha vinculou-se como uma atividade prática, de caráter acadêmico e didático, na qual as alunas estão sendo avaliadas em cada etapa da ação.

Além disso, ressalta a professora, haverá – no dia 16 de março no Centro de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão – a entrega dos kits arrecadados e atividades de bem-estar e saúde, que incluem palestra sobre empreendedorismo e dicas de higiene para as mulheres encarceradas.

Mais informações podem ser obtidas pela página do Instagram do projeto "Nós por Elas".

Brasil: 4º país do mundo com mais detentas

De acordo com a 2ª edição do Infopen Mulheres, lançado em 2018 pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o Brasil é o 4º país do mundo com a maior população carcerária feminina. A maioria são jovens entre 18 e 29 anos (50%) e negras (62%).

Até junho de 2016, estavam presas 42.355 mulheres, ficando atrás dos Estados Unidos (211.870), China (107.131) e Rússia (48.478). Entre essas nações, o Brasil se destaca na evolução da taxa de aprisionamento do gênero feminino: aumento de 455%, entre 2000 e 2016.

Segundo juristas, o crescimento da população carcerária feminina no Brasil está atrelado diretamente à Lei 11.343/2006 – conhecida como “Lei Antidrogas”. Em dez anos de vigência da lei, o índice de detentas que respondem por crimes relacionados a drogas aumentou 207%, chegando a quase 18 mil pessoas (62%).

Ascom/UFPB