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Estudantes da UFPB avaliam condições ergonômicas no teletrabalho de servidores

Professores e técnicos da UFPB podem participar do estudo através de questionário on-line
publicado: 30/07/2020 21h11, última modificação: 31/07/2020 10h52
Análise inicial revelou que desgaste mental, de tempo e o nível de esforço aumentaram durante a realização das atividades laborais. Foto: Angélica Gouveia

Análise inicial revelou que desgaste mental, de tempo e o nível de esforço aumentaram durante a realização das atividades laborais. Foto: Angélica Gouveia

Estudantes do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) disponibilizam questionário on-line para avaliar as condições ergonômicas do trabalho de servidores técnico administrativos e professores da federal paraibana, antes e durante a pandemia da Covid-19.

As perguntas estabelecidas no questionário relacionam seis ações a que um indivíduo está exposto na dinâmica de trabalho: demandas física, mental e de tempo, além dos níveis de realização, esforço e frustração. 

De acordo com o estudante João Marcelo Galiza, a ideia surgiu como um trabalho para a disciplina de Ergonomia. O grupo de alunos sugeriu a hipótese de fazer um levantamento sobre os dados ergonômicos dos servidores da UFPB.

Na delimitação de espaço temporal, os estudantes escolheram os períodos antes e durante a proliferação de infecções pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

“A ergonomia é o conjunto de ciências e tecnologias que procura o ajuste confortável e produtivo entre o homem e o seu trabalho, adaptando o trabalho ao homem. Objetivamos diagnosticar uma possível mudança das dimensões, examinadas pela ferramenta Nasa-TLX, nos períodos pré-pandemia e durante a pandemia”, explica João Marcelo. 

O estudante conta que a ferramenta Nasa-TLX é um procedimento subjetivo de taxas com múltiplas dimensões. Por meio dela, há uma pontuação global da carga de trabalho, baseada em uma média ponderada de avaliações em seis escalas. 

Na demanda mental, a ferramenta pontua o quanto se exige de atividade da mente, ou seja, as quantidades de concentração e atenção que são exigidas para execução das tarefas. 

Quanto às demandas física e temporal, distingue os esforços físicos que as ações de trabalho exigem e a pressão de tempo que um indivíduo sofre em relação ao tamanho e o tempo para executar determinada atividade de trabalho. 

João Marcelo cita como exemplo dessas dinâmicas a existência de prazos curtos para realização de serviços com controle de tempo em determinada ação que envolva “empurrar algum objeto, móvel ou equipamento”. 

Para o estudante da UFPB, o nível de realização pode ser determinado a partir “do quanto de sucesso você acha que tem, realizando as metas de suas tarefas”. 

Por sua vez, o nível de esforço diz respeito à quantidade de gastos mentais e físicos necessários na aplicação e desenvolvimento de determinada tarefa. 

O nível de frustração salienta, segundo João Marcelo, a quantidade de sofrimento sentido pelo indivíduo ao realizar metas estabelecidas em certas atividades. O estudante destaca o desencorajamento e a insegurança como determinantes para essa escala. 

“Pretendemos mostrar se existem diferenças significativas nas dimensões subjetivas examinadas pela ferramenta Nasa-TLX nos períodos estabelecidos. Até o momento, temos que as demandas mental e temporal e os níveis de esforço e frustração dos professores aumentaram. E o nível de realização diminuiu”, revela João Marcelo. 

O estudante da UFPB ressalta que, para os servidores técnicos-administrativos, a demanda mental e de tempo, assim como os níveis de esforço e frustração, cresceram entre os dois momentos analisados. No entanto, as dimensões de realização profissional e física permaneceram sem mudanças significativas. 

As atividades presenciais da UFPB foram suspensas em 17 de março, devido à pandemia da Covid-19. O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão decidiu, no dia 18 de maio, ofertar componentes curriculares e extracurriculares em atividades de ensino e de aprendizagem remotas, de 8 de junho até 14 de agosto. 

Nesse cenário, a análise dos estudantes de Engenharia Mecânica da UFPB evidenciará a necessidade do uso de ferramentas ergonômicas. Além de identificar cargas de trabalho que ocasionam lesões, perdas e problemas psicológicos aos trabalhadores. 

A iniciativa conta também com a participação de pesquisadores e professores da pós-graduação em Psicologia Social e dos departamentos de Engenharia de Produção e Estatística da UFPB. 

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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB