Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Liga metálica criada por pesquisadores da UFPB pode revolucionar indústria brasileira
conteúdo

Notícias

Liga metálica criada por pesquisadores da UFPB pode revolucionar indústria brasileira

Luva para união de tubulações garante alta performance, evita soldagem e reduz custos
publicado: 06/02/2020 19h38, última modificação: 06/02/2020 19h48
Patente foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 28 de janeiro. Foto: Agência Petrobras/Reprodução

Patente foi concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 28 de janeiro. Foto: Agência Petrobras/Reprodução

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) teve mais uma patente concedida, a primeira do ano de 2020. A invenção se chama "Luva com Efeito Memória de Forma Modificada para a União de Tubulações" e teve a Carta-Patente concedida no último dia 28 de janeiro. A informação é do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

A luva é uma liga metálica composta pelos metais cobre, alumínio, berílio, nióbio e níquel que, na forma de luva de união e quando submetida a modificações dimensionais no seu diâmetro interno por ação mecânica e tratamentos termomecânicos, apresenta propriedade de memória estrutural apropriada para unir tubulações sem o uso dos procedimentos convencionais de soldagem ou colagem. 

O campo de aplicação da luva é nas indústrias química, petroquímica, agroindústria e em demais setores com atividades que utilizam tubulações metálicas em processos de produção ou para a conservação ambiental. A maior vantagem dessa tecnologia é ser armazenada em temperaturas próximas, menores ou maiores que 0º C. 

A novidade foi criada por cinco inventores, todos professores da UFPB: Tadeu Antônio de Azevedo Melo, Danniel Ferreira de Oliveira, Ieverton Caiandre Andrade Brito, Rodinei Modeiros Gomes e Severino Jackson Guedes de Lima, que faleceu antes de a patente ser concedida.

De acordo com um dos inventores, Danniel Ferreira de Oliveira, as luvas visam à substituição do processo de soldagem, que degrada o revestimento interno existente em tubos de petróleo. Danniel contou que a aplicação das luvas possibilita a redução de custos para a indústria que utiliza tubulações metálicas, além de ser um produto de alta performance.

"Uma luva convencional exige que o operador leve nitrogênio líquido para poder expandir essa luva e colocar nos tubos. No nosso caso, não, a gente pode armazenar ela em temperatura a 0° C ou acima, levar para o campo e apenas aquecer no local, que é mais fácil do que resfriar", disse Danniel.

Ele comemorou a concessão da patente porque é uma garantia para os criadores do produto. A patente tem validade de 20 anos, a partir da data do depósito, que foi em 22 de outubro 2013. Agora, os inventores pretendem divulgar o produto para as empresas tomarem conhecimento e aplicarem na indústria.

Líder em depósito de patentes

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) confirmou, no dia 14 de novembro do ano passado, a liderança da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em depósito de patentes no país, conforme já havia anunciado a Agência de Inovação Tecnológica (Inova) da instituição paraibana e a Folha de S. Paulo, a partir da análise do banco de dados do instituto brasileiro.

A UFPB assumiu em 2018 o topo do ranking de maiores depositantes nacionais de patente de invenção com 94 pedidos, seguida pela Universidade Federal de Campina Grande (82 pedidos) e Universidade Federal de Minas Gerais (62 pedidos).

Em 2017, a liderança estava com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que passou para quinta colocada, com 50 pedidos de patente no ano passado. Já a Universidade de São Paulo (USP), que ocupava a quinta posição, caiu para o sexto lugar no ranking (47 pedidos). A UFPB subiu da 4° para a 1° posição.

Ascom/UFPB