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Motor do agronegócio paraibano, campus da UFPB em Areia completa 84 anos

Parcerias nacionais e internacionais mudam a vida das comunidades rurais no Estado
publicado: 20/04/2020 17h52, última modificação: 20/04/2020 18h52
Pesquisas têm conseguido aumentar a produtividade de culturas como as de cana-de-açúcar, arroz, mandioca, feijão, soja e sisal. Foto: Divulgação

Pesquisas têm conseguido aumentar a produtividade de culturas como as de cana-de-açúcar, arroz, mandioca, feijão, soja e sisal. Foto: Divulgação

O Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Areia, no Brejo paraibano, completou, na última quarta-feira (15), 84 anos de funcionamento como um dos institutos para desenvolver o setor agrário paraibano, especialmente na região úmida. 

Por meio do ensino, pesquisa e extensão, o centro atua – desde 1936, quando fazia parte da antiga Escola de Agronomia da Parahyba (EAP) – em projetos e parcerias com diversos municípios da Paraíba que propiciam transformações econômicas e culturais para as comunidades locais. 

O professor Manoel Bandeira, diretor do campus, reforça que, nos últimos anos, trabalha com “o setor sucroalcooleiro paraibano para avaliação de variedades de cana e manejo da fertilidade de solo”. Conforme o gestor, além da cana-de-açúcar, o foco “é o aumento de produtividade de culturas típicas da Paraíba – arroz, sisal, soja, gergelim, algodão, milho, feijão, sorgo e mandioca”.  

Outra iniciativa para a região, revela Bandeira, diz respeito à recuperação da cafeicultura. “Há experimentos com café arábica visando avaliar a adaptação das condições climáticas da região, mas futuramente devemos focar em outros aspectos como adubação e a qualidade de grãos e da bebida”. 

A partir deste ano, o centro pretende inaugurar novos espaços para o Departamento de Química e Física, como o Laboratório de Grandes Culturas e Plantas Daninhas, a sede do Comitê de Inclusão e Acessibilidade, projeto de combate à violência de gênero, Museu de História Natural e o Memorial do Centro de Ciências Agrárias. Além disso, tem como meta a instalação de um Jardim Botânico e a ampliação do Hospital Veterinário. 

De acordo com o vice-diretor do centro, professor Ricardo Guerra, o campus Areia possui hoje 124 docentes, 167 servidores técnico-administrativos e aproximadamente 70 trabalhadores terceirizados para auxiliar nas iniciativas e descobertas de cerca de 1,3 mil estudantes de graduação e pós-graduação. 

O diretor do campus, professor Manoel Bandeira, afirma que esse quantitativo atua em sete departamentos: Fitotecnia e Ciências Ambientais, Ciências Biológicas, Ciências Veterinárias, Química e Física, Ciências Fundamentais e Sociais, Zootecnia e Solos e Engenharia Rural. 

Eles atendem sete cursos de graduação, como Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia. Além de cinco programas de pós-graduação: Agronomia, Ciência do Solo, Ciência Animal, Zootecnia e Biodiversidade. As pesquisas desenvolvidas têm sido reconhecidas e atuam com êxito em âmbito estadual, bem como nacional e internacionalmente”, destaca. 

Em março do ano que vem, o campus sediará o I Simpósio Latino-Americano de Patologia de Animais Selvagens e de Zoológico. "Discutiremos sobre a patologia como uma ferramenta para conservação. São novidades em trabalhos científicos realizados nas áreas de Zootecnia e Veterinária de relevância mundial”, conta o professor Ricardo Guerra. 

Para o coordenador da pós em Ciência Animal, professor Ricardo Lucena, a qualidade da produção pode ser notada pelo impacto do programa junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Recentemente, a Capes classificou como um programa 4+, possui qualidade semelhante a um de nota 5. Realizamos trabalhos desde a morfofisiologia e reprodução até a sanidade de diferentes espécies de animais domésticos e silvestres. Estudamos especialmente a relação entre seres humanos e animais para analisar as possíveis doenças”, acentua. 

Lucena distingue a internacionalização e a atuação dos laboratórios, nos diagnósticos de doenças de animais, com criadores dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. “São realizadas atividades no mesmo nível das melhores universidades do mundo. A internacionalização é pulsante. Parcerias e intercâmbios com instituições como o Joint Pathology Center, divisão veterinária das Forças Armadas dos Estados Unidos, além de outras universidades do exterior”, endossa. 

Segundo a vice-coordenadora da pós em Zootecnia, Juliana Oliveira, o programa de Areia é pioneiro no Nordeste e se destaca pela formação a partir das especificidades da região semiárida. “Além de se caracterizar como tradicional núcleo formador na área de Zootecnia do Nordeste, os pesquisadores vêm se destacando pelo nível da produção acadêmica em periódicos de impacto nacional e internacional. Parcerias com instituições como Universidade de Córdoba (Espanha), Universidade de Florença (Itália), Universidade do Arkansas (Estados Unidos) e as Universidades de Aveiro e Coimbra (Portugal)”, ressalta.

Ascom/UFPB