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Nicotina pura pode melhorar atenção e memória, diz pesquisadora da UFPB

Substância ativa o neurotransmissor acetilcolina, responsável pelos mecanismos cerebrais
publicado: 04/12/2019 19h44, última modificação: 04/12/2019 20h44
Pesquisa está sendo realizada no Laboratório de Percepção, Neurociência Cognitiva e Comportamento da UFPB, em João Pessoa. Crédito: Divulgação

Pesquisa está sendo realizada no Laboratório de Percepção, Neurociência Cognitiva e Comportamento da UFPB, em João Pessoa. Crédito: Divulgação

Após constatar que fumar pode prejudicar a visão, a pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Natália Almeida diz que a nicotina pura pode melhorar a atenção e memória. A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com o doutorando Thiago Fernandes, no Laboratório de Percepção, Neurociência Cognitiva e Comportamento (LPNeC) da instituição, no campus I, em João Pessoa.

“Alguns estudos mostraram que a nicotina pura tem fator neuroprotetivo, ou seja, melhora a atenção e a memória . O foco da pesquisa é observar se a nicotina, separadamente, pode servir como fator protetivo; se há diferença em quantidades diversificadas, que podem variar entre 2mg e 4mg. Isso poderá, inclusive, ajudar a perceber de forma mais detalhada quais componentes do cigarro prejudicam ou não a visão”, conta a pesquisadora.

Ela relata que “na pesquisa anterior, observamos que o cigarro afeta a visão. Mas como saber se a causa é a nicotina, fumaça ou outras substâncias? Em nível celular/molecular, quando a nicotina se liga aos receptores que existem no cérebro, ela libera acetilcolina, que está envolvida no processo de memória de curto e longo prazo, tal como processos atencionais”.

Contudo, Almeida alerta que pode haver certo nível de toxicidade de acordo com a quantidade ingerida. “Como a visão é a porta de entrada para a cognição, o estudo quer observar se essas quantidades seriam tóxicas ou benéficas e se haveria certo nível de “normalidade””.

A pesquisadora explica que, de acordo com a anatomia básica do sistema nervoso, tanto a retina quanto tubo neural tem a mesma formação e origem de tecido.  “A retina, por sua vez, é o órgão mais fácil de investigar e de estudar de forma não invasiva”. Segundo Natália, a importância de estudar a visão é que ela pode se tornar um biomarcador para alterações clínicas de transtornos neuropsiquiátricos .

A pesquisa deve ser concluída em um ano. Pessoas não fumantes com idade entre 18 a 45 anos podem ser voluntárias. Entre os requisitos básicos, não estar usando medicações para transtornos neuropsiquiátricos e/ou não ser diagnosticada em condições que afetem a visão, como glaucoma e catarata.  Outros detalhes sobre o estudo podem ser obtidos por meio do telefone (83) 99116.6846.

Carlos Germano | Ascom/UFPB