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Paraíba acumula deficit de US$ 302,3 milhões de janeiro a outubro, aponta pesquisa da UFPB

Exportações somaram US$ 91 milhões, 10% inferior ao mesmo período do ano passado
publicado: 20/11/2020 03h34, última modificação: 20/11/2020 03h34
O setor industrial é o mais relevante para as exportações paraibanas, com destaque para o de calçados, que responde por 49% de tudo que é vendido pelo estado para o exterior. Crédito: Labimec/UFPB

O setor industrial é o mais relevante para as exportações paraibanas, com destaque para o de calçados, que responde por 49% de tudo que é vendido pelo estado para o exterior. Crédito: Labimec/UFPB

Pesquisa do Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) aponta que a balança comercial do estado da Paraíba acumulou deficit de US$ 302,3 milhões entre janeiro e outubro deste ano. 

De acordo com o estudo da UFPB, nesse intervalo de tempo, as exportações somaram US$ 91 milhões, 10% inferior ao mesmo período do ano passado. As importações, US$ 393,3 milhões, 18,4% menor do que entre janeiro e outubro de 2019. 

O setor industrial é o mais relevante para as exportações paraibanas, com destaque para o ramo de calçados, que responde por 49% de tudo que é exportado pelo estado. O principal destino das exportações da Paraíba são os Estados Unidos, com 23% de participação, seguido de França (12%) e Austrália (7,8%). 

No âmbito municipal, Campina Grande foi o município paraibano com maior volume de exportações entre janeiro e outubro deste ano, cerca de US$ 43,65 milhões, que equivalem a 53,2% de todo o montante exportado pelo estado. 

No cumulado, os principais produtos vendidos para o exterior foram calçados de borracha e de plástico. Os principais compradores dos produtos de Campina Grande são a Austrália, a França e a Bélgica, responsáveis por cerca de 44% do que é exportado pelo município. 

Os produtos industrializados também são os bens com maior participação nas importações da Paraíba, 79% no total. Os produtos mais importados são o trigo e o centeio não moídos (12%) e os óleos brutos de petróleo ou de minerais (9%). As principais importações da Paraíba advêm dos Estados Unidos (27%), da China (20%) e da Argentina (14%). 

Com relação  às importações, a capital paraibana é o município que apresenta o maior volume transacionado, cerca de US$ 171,12 milhões no mesmo período, que corresponde a 43,5% do total de importações da Paraíba.

Os produtos mais comercializados são óleos de petróleo e malte. Os principais países dos quais João Pessoa importa são os Estados Unidos, a China e o Uruguai (somados equivalem a quase 90% do valor total importado).

“O comércio exterior é o fluxo de transações de bens e serviços entre países e responde por uma parcela relevante do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Nesse sentido, nosso estudo apresenta indicadores essenciais para entendimento da relação comercial da Paraíba com o restante do mundo”, afirma o professor Cássio Besarria, coordenador do Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da UFPB. 

Segundo o docente da federal paraibana, quando se trata de comércio internacional, a variável macroeconômica conhecida como câmbio merece atenção. “Na comparação do terceiro trimestre de 2020 com o mesmo período do ano de 2019, constatamos que houve uma depreciação da taxa de câmbio, ou seja, o dólar passou a ser mais caro, comparado ao real”, destaca Cássio Besarria. 

O coordenador da pesquisa da UFPB conta que isso fez com que os produtos brasileiros se tornassem mais baratos para serem importados por outros países, favorecendo as exportações de bens e serviços. “Houve uma melhora no saldo da balança comercial do estado nesse período de análise. Mas o estado da Paraíba é caracterizado por, nos últimos anos, possuir uma balança comercial deficitária”, conclui Cássio Besarria. 

Este estudo sobre a balança comercial da Paraíba entre janeiro e outubro deste ano contou ainda com a colaboração dos pesquisadores Breno Pereira, Diego Pitta de Jesus e Rennan Medeiros. Os gráficos da análise estão disponíveis no perfil do laboratório da federal paraibana no Instagram.

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Reportagem e Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB