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Pesquisa da UFPB avalia preferências do consumidor vegano

Interessados em contribuir com o estudo devem responder questionário on-line
publicado: 19/08/2020 22h02, última modificação: 19/08/2020 22h05
Pesquisa tem o objetivo de desenvolver novos produtos veganos. Na foto, pasta vegana criada e aprovada pelo curso de Engenharia de Alimentos da UFPB. Foto: Cecília Thays Monteiro

Pesquisa tem o objetivo de desenvolver novos produtos veganos. Na foto, pasta vegana criada e aprovada pelo curso de Engenharia de Alimentos da UFPB. Foto: Cecília Thays Monteiro

Pesquisadores do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizam questionário on-line para analisar o mercado de consumo e auxiliar no desenvolvimento de produtos veganos. 

Desenvolvida pela pesquisadora Cecília Thays Monteiro, com suporte dos professores Ricardo Targino e Katharina Sassi, o estudo tem como objetivo desenvolver novos produtos veganos para serem aceitos e atestados pelo mercado consumidor. 

“O questionário tem o intuito principal de compreender o perfil de consumidores veganos. As perguntas buscam identificar quais ingredientes mais utilizados durante a elaboração caseira de pratos prontos”, explica Cecília. 

A pesquisadora da UFPB conta que o trabalho visa assimilar quais os ingredientes mais utilizados na elaboração de produtos similares aos produtos originais já existentes. Além de compreender quais as principais razões e o que se busca com a adoção da alimentação vegana. 

“Queremos saber em relação à expectativa de um produto vegano, quais os principais produtos e a frequência de compra deles no supermercado e em restaurantes. Entender qual o produto vegano mais consumido atualmente e verificar se a maioria das pessoas consomem pastas veganas. Assim desenvolveremos estudos de intenção de compra”, diz. 

De acordo com Cecília, os resultados serão imprescindíveis e possibilitarão o desenvolvimento de estudos futuros para produtores e indústrias que desejam trabalhar com produtos veganos. A pesquisadora acredita que o ideal é conseguir 60 respostas por região brasileira. 

“Atualmente, temos 251 respostas e gostaríamos de atingir 500 relatos de experiência para compreender com mais assertividade a cerca dos interesses dos consumidores.  Quanto maior a quantidade de pessoas, mais assertividade teremos em visualizar as preferências dos consumidores veganos”, argumenta. 

Cecília afirma que o questionário é um complemento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dela e, por meio dele, será possível analisar as preferências relacionadas aos ingredientes utilizados nas formulações de pastas veganas preparadas diariamente por consumidores veganos. 

“Permitirá, assim, uma melhor assertividade em relação às preferências sensoriais e conhecer melhor as especiarias mais usadas durante a preparação dos produtos. Já fizemos pastas veganas e tivemos um público selecionado para avaliar, apenas para fins de estudos”, destaca. 

A pesquisa on-line contém 19 perguntas e possui perguntas como “que ingrediente não pode faltar em um produto vegano tipo hamburguer?”, “você economizou ao adaptar sua alimentação para o veganismo?” e “Qual motivo o levou a ter este tipo de alimentação?”. 

Especialistas dizem que a alimentação é um complexo de sistemas sociais, sexuais, políticos, religiosos, éticos e estéticos que, para além de um processo orgânico, revela-se como uma questão econômica, social e cultural. 

O veganismo surge como um movimento social que tem chamado a atenção para a questão dos direitos animais. Só no ano de 2016, o mercado vegano cresceu cerca de 40% entre a população brasileira. 

A partir do discurso abolicionista, o veganismo, enquanto processo político de engajamento individual, atua em prol de um estilo de vida com opções de consumo, de viés ético, que não adotem produtos de origem animal. 

“Logo, o objetivo do nosso questionário de pesquisa é compreender as origens e perspectivas dos consumidores veganos. Buscaremos auxiliar e contribuir, com as respostas, para pesquisas que venham desenvolver futuros produtos veganos”, almeja a pesquisadora da UFPB. 

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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB