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Pesquisa da UFPB identifica síndrome de burnout em professores e profissionais da enfermagem

Uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) potencializa distúrbio psíquico
publicado: 04/12/2020 17h19, última modificação: 04/12/2020 17h53
Número de professores e profissionais da enfermagem com síndrome de burnout (exaustão relacionada ao trabalho) pode ter aumentado com a pandemia, devido ao teletrabalho. Foto: Jeshoots.com/unsplash/reprodução

Número de professores e profissionais da enfermagem com síndrome de burnout (exaustão relacionada ao trabalho) pode ter aumentado com a pandemia, devido ao teletrabalho. Foto: Jeshoots.com/unsplash/reprodução

Pesquisa do Programa de Pós-graduação em Modelos de Decisão e Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) identificou a síndrome de burnout em professores e profissionais da enfermagem. A síndrome é caracterizada pela exaustão relacionada ao trabalho.

Segundo o estudo da federal paraibana, o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), desenvolvidas desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 1990, potencializa esse distúrbio psíquico.

Além disso, o número de casos pode ter aumentado com a pandemia, devido ao teletrabalho e utilização mais intensa dessas novas tecnologias, a exemplo de computadores, smartphones e aplicativos de troca de mensagens como o WhatsApp.

De acordo com Ericka Holmes, responsável pela pesquisa, o trabalho pôde identificar que o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) pelos professores universitários de enfermagem e por enfermeiros apresenta-se como um novo fator preditor para a síndrome de burnout.

“Esses profissionais alegam que utilizar tecnologias em suas aulas acarreta mais trabalho, fazendo com que dediquem mais horas por dia as suas atividades laborais. Em contrapartida, o salário ou reconhecimento pelo esforço não mudam”, afirma a pesquisadora da UFPB.

Ericka Holmes, hoje professora do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), conta que, durante a pesquisa, foi observado que os professores e profissionais da enfermagem apresentam, por exemplo, sintomas como cefaleia, dores nos ombros ou nuca, sensação de não querer começar nada novo e dificuldades sexuais.

Conforme a pesquisadora da UFPB, embora a coleta de dados tenha se dado antes da pandemia, é possível que o número de professores e profissionais da enfermagem com síndrome de burnout tenha aumentado em decorrência do trabalho home office e uso mais acentuado das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

A pesquisa foi motivada pelas investigações científicas do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração e Informática em Saúde (Gepaie) da UFPB, do qual Ericka Holmes faz parte. Foi realizada em duas instituições privadas e em uma pública, localizadas no município de João Pessoa, de 2016 a este ano. A coleta dos dados ocorreu entre 2018 e 2019.

“Os dados foram coletados por mim. Já pesquisávamos acerca da temática e, com base nos resultados de um outro estudo, observou-se a necessidade de se investigar a síndrome de burnout e sua relação com novos fatores preditores (causadores)”, explica a pesquisadora da UFPB.

Os próximos passos do estudo serão investigar a síndrome de burnout nos professores universitários e profissionais da enfermagem durante e no pós-pandemia, a fim de comparar os achados.

Para Ericka Holmes, os resultados de sua pesquisa podem subsidiar mudanças no formato e organização do trabalho nas instituições que têm professores e profissionais da enfermagem no seus quadros de funcionários.

A tese de doutorado da Ericka Holmes contou com a colaboração dos professores da UFPB João Agnaldo do Nascimento, Sérgio Ribeiro dos Santos e Leila Fonseca. Interessados no estudo, em breve disponível no repositório da UFPB, podem entrar em contato pelo e-mail ericka_holmes@hotmail.com.

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Reportagem e Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB