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Pesquisa da UFPB investiga fadiga mental em prática esportiva

publicado: 12/12/2022 18h46, última modificação: 12/12/2022 19h08
Resultados preliminares apontam que a prática do vôlei de praia induz à fadiga mental

Você sabia que a prática esportiva também pode causar fadiga mental? Uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação Neurociência Cognitiva e Comportamento, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), está investigando o efeito da fadiga mental no desempenho esportivo na prática do vôlei de praia.

O aluno do doutorado Yago Pessoa explica que a prática de um esporte como o vôlei de praia induz à fadiga mental uma vez que o esporte exige dos praticantes várias habilidades cognitivas, o que gera um esforço cognitivo e, por conseguinte, acaba resultando em fadiga mental. “Além disso, a gente já demonstrou em outros estudos que algumas atividades realizadas antes dos jogos também causam fadiga mental, como utilizar rede social ou jogar videogame, por exemplo”, disse Pessoa.

A partir do conhecimento de que redes sociais e jogos eletrônicos causam fadiga mental, e que isso pode comprometer o desempenho de atletas, o pesquisador, sob orientação dos professores Leonardo de Sousa Fortes e Gilmário Batista, do Departamento de Educação Física do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPB, investiga recurso ergogênicos, ou seja, técnica ou substâncias que possam atenuar a fadiga mental.

Nesta etapa 12 atletas de vôlei de areia participaram de estudo clínico randomizado testando a cafeína e a estimulação transcraniana por corrente contínua. “Nossa expectativa é de que essas duas alternativas sejam eficientes para atenuar a fadiga mental e consequentemente melhorar a performance dos atletas”, explica Yago Pessoa, que também afirma que os resultados dessa etapa da pesquisa serão divulgados em breve.

Iniciada em 2021, a pesquisa teve seus resultados preliminares demonstrados à comunidade científica no trabalho intitulado “Alteração da percepção de fadiga mental após jogos oficiais de voleibol de praia: um estudo com atletas de elite”, apresentado XIX Congresso Brasileiro / XII Congresso Internacional Psicologia do esporte e do exercício, realizado entre os dias 12 e 15 de novembro, no Rio de Janeiro.

O trabalho apresentado teve como objetivo comparar a percepção de fadiga mental de atletas de voleibol de praia antes e depois de jogos oficiais, e contou com a participação de sete atletas de elite que competiram no Circuito Nacional (Top 8) - 2022. Os atletas reportaram a percepção de fadiga mental em uma escala analógica visual digital antes e depois dos jogos. Tais dados foram comparados por meio do teste t de Student, que revelou o aumento de 64% quando comparada a fadiga mental antes e depois do jogo, levando à conclusão de que jogos oficiais de voleibol de praia aumentam a percepção de fadiga mental, geralmente com magnitude moderada.

Durante o congresso o estudante foi agraciado com a premiação do 3º melhor trabalho do evento internacional, e se disse bastante feliz com o reconhecimento da pesquisa. “Fiquei bastante feliz em conseguir a premiação ainda que em 3º lugar, fui atleta por bastante tempo e sempre tive como objetivo ‘medalhar’ nas competições, desta vez não foi diferente. Passamos várias horas trabalhando para encontrar problemas de pesquisas relevantes e conduzir todo o processo de pesquisa, é incrível quando nosso esforço é reconhecido por nossos pares”, disse Yago.

O doutorando ainda incentiva outros estudantes a divulgarem as pesquisas, ainda que estejam em andamento, em eventos científicos. Yago pessoa considera que esse tipo de premiação é importante não só para o aluno, mas também para o programa e instituição, uma vez que a CAPES (Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) costuma avaliar a quantidade de trabalhos apresentados em eventos científicos relevantes, bem como a premiação obtida em tais eventos, o que ajuda a manter ou aumentar a nota do Programa de Pós-graduação, bem como a conseguir mais recursos para a realização de pesquisas.

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Reportagem: Elidiane Poquiviqui
Edição: Aline Lins
Foto: Freepik
Ascom/UFPB