Pesquisador da UFPB descobre espécie de peixe no rio Mamanguape

Um professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) descobriu uma espécie de peixe existente na região de caatinga da bacia do rio Mamanguape, no interior da Paraíba. Uma curiosidade é que o exemplar foi batizado de Parotocinclus jacksoni, para homenagear o cantor e compositor paraibano Jackson do Pandeiro (1919-1982).

O artigo sobre o achado foi publicado, na última semana, no periódico internacional Journal of Fish Biology, e tem como autores o docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UFPB, Telton Ramos, e os pesquisadores Silvia Yasmin Costa e Luciano Neto, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e José Etham Barbosa, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Coordenador do projeto Peixes da Caatinga, por meio do qual se estuda a diversidade e conservação dos peixes desse bioma, Telton Ramos descreveu as características da nova espécie. “É um pequeno peixe que apresenta o corpo coberto de placas ósseas. É uma espécie de cascudinho, também chamado de limpa-vidro ou chupa-pedra e muito adorado pelos aquariofilistas”.

O exemplar encontrado é a única espécie desse gênero (Parotocinclus) a ocorrer nesse rio e ela somente foi coletada na região de caatinga da bacia do Rio Mamanguape, sugerindo uma distribuição geográfica restrita a esse bioma. E o que mais essa descoberta revelou sobre os peixes desse bioma na Paraíba? “Por se tratar de uma espécie que só ocorre nessa bacia hidrográfica, grandes impactos ambientais na bacia podem levar a espécie à extinção”, alertou Ramos.

Sobre a curiosidade gerada a respeito do nome de “batismo” do peixe, Telton revelou qual a relação entre a espécie encontrada e o artista Jackson do Pandeiro (1919-1982), natural do município de Alagoa Grande. “Um dos pontos em que coletamos essa espécie nova foi em Alagoa Grande, em 2019, ano do centenário de Jackson do Pandeiro. Como toda a equipe do projeto é fã dele, resolvemos homenageá-lo”, concluiu.

Mais informações sobre a nova espécie descoberta e sobre os Peixes da Caatinga estão disponíveis no Instagram do projeto.