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Pesquisador da UFPB foca redes sociais na mobilização do Porto do Capim

Movimento social dos moradores atua, principalmente, no Facebook, Instagram e Youtube
publicado: 15/07/2019 20h17, última modificação: 16/07/2019 14h15
Uso das tecnologias atraiu atenção do MPF. Crédito: Grão de cinema/Reprodução

Uso das tecnologias atraiu atenção do MPF. Crédito: Grão de cinema/Reprodução

O pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Culturas Midiática da UFPB Irley Silva destaca o uso de redes sociais para mobilização contra a retirada de moradores da comunidade Porto do Capim, no Centro Histórico de João Pessoa.

No período pesquisado, em 2017, a página da causa social, denominada #PortoDoCapimEmAção”, tinha 500 publicações no Facebook, realizadas de 2013 a 2017; 16 vídeos e 107 usuários inscritos no canal do Youtube; e 470 imagens no Instagram com a hastag #portodocapim.

A análise principal da pesquisa é focada na página do Facebook, criada em 2012, pela Associação de Mulheres do Porto do Capim, que possibilitou realização e planejamento de reuniões, assim como permitiu que os 2.500 seguidores pudessem acompanhar as ações de forma mais frequente.

Segundo Irley Silva, a presença dos moradores do Porto do Capim nas redes sociais foi importante para fomentar o conhecimento sobre a tradição das pessoas que vivem na ribeira do Rio Sanhauá e fortalecer o movimento “Porto do Capim em Ação”.

A dissertação também ressalta o Youtube como uma importante ferramenta para projeção das memórias da comunidade, explorando as histórias de vida e relações pessoais com o local.

Do mesmo modo, pontua como as redes sociais do Porto do Capim em Ação atraíram a atenção de órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) e foram fundamentais para levar a discussão para outros âmbitos, a exemplo do projeto de extensão da UFPB “Abrace o Porto do Capim”.

De acordo com o trabalho, a região do Porto do Capim é considerada o berço da capital paraibana e está inclusa no processo de revitalização do Centro Histórico de João Pessoa. A decisão política está em andamento desde 2011 e já resultou em obras como a Villa Sanhauá, também no Centro Histórico.

No entanto, as propostas de revitalização ameaçam a permanência da comunidade na região, que vive lá há mais de 70 anos. Os debates giram entorno da ideia de manter viva a tradição e a cultura dos ribeirinhos.

Bruna Ferreira | Ascom/UFPB