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Pesquisadora da UFPB desenvolve bebida alcoólica à base de mel

Hidromel se destaca pelo sabor, aroma e cor e pode variar de seco a doce
publicado: 18/06/2020 19h11, última modificação: 18/06/2020 19h11
A fermentação alcoólica do mel, que dá origem à bebida, é realizada, de modo inovador, por meio de fungo comumente utilizado no ramo da panificação. Foto: Tammyrys Dantas

A fermentação alcoólica do mel, que dá origem à bebida, é realizada, de modo inovador, por meio de fungo comumente utilizado no ramo da panificação. Foto: Tammyrys Dantas

A pesquisadora Tammyrys Dantas, do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), produziu uma bebida alcoólica elaborada a partir do mel.

O hidromel, como é denominada a bebida alcoólica, foi desenvolvido por meio da fermentação alcoólica do mel industrial como substrato. Ele se destaca por suas características de sabor, aroma e cor e pode variar de seco a doce.

A proposta surgiu também como uma forma de estimular pequenos apicultores, que trabalham na criação de abelhas com ferrão, a produzi-lo. Além de comercializar o mel na forma natural, o hidromel pode ser mais uma opção para gerar renda.

O invento, que já está patenteado pela UFPB, foi desenvolvido nos laboratórios de Produtos e Fermentos Destilados (LPFD), de Certificação de Cachaça e Biotecnologia Industrial (LCCBI) e de Tecnologia de Alimentos (LTA), localizados no Centro de Tecnologia, no campus I, em João Pessoa.

O trabalho teve orientação do professor Marcelo Muniz, do Departamento de Engenharia de Alimentos da UFPB, e contou com a ajuda dos pesquisadores Carlos Sousa, Matheus Carvalho e Jacinta Vitorino da Silva.

“Os hidroméis produzidos a partir de três diferentes marcas de méis industriais apresentaram características como sabor, cor e aroma diferentes dos produzidos por outros tipos de mel, variando de seco a doce. Suas graduações alcoólicas foram de 11,6%, 8,9% e 10,6%”, informa a pesquisadora. A coloração amarela da bebida, segundo Tammyrys Dantas, se deve à do mel.

A utilização do mel industrial e de microrganismos fermentativos diferentes como cepas do fungo Saccharomyces cerevisiae, utilizadas no setor de panificação, conferiu aspectos tecnológicos diferentes e inovadores para o produto.

“É que normalmente se faz com outros tipos de leveduras [fungos], para esse tipo de bebida. Mas a gente quis fazer o teste com a levedura que normalmente é utilizada em panificação, a fim de verificar se ela conseguiria fermentar e produzir o hidromel. O diferencial é esse”, conta a pesquisadora.

Ela salienta, ainda, que a metodologia de preparo pode ser executada facilmente, quando comparada aos processos de produção de bebidas alcoólicas fermentadas à base de mel existentes no mercado.

Em nível empresarial, uma das vantagens dessa pesquisa é o fortalecimento do mercado de bebidas alcoólicas, com a inserção de um produto dotado de características diferentes. Conforme a inventora, o hidromel é muito saboroso e uma nova opção para aqueles consumidores que apreciam bebidas alcoólicas.

“Além da apreciação de uma bebida com características ímpares, existe os benefícios associados aos efeitos benéficos do mel”, acrescenta Tammyrys, referindo-se aos conteúdos de carboidrato, de vitaminas e minerais e a propriedades antioxidantes.

A pesquisa foi publicada pelo XXVI Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos e reconhecida pela 5ª Premiação Delby Fernandes de Medeiros, prêmio de inovação tecnológica da UFPB. 

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Reportagem: Aline Lins | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB