Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Pesquisadora da UFPB desenvolve cateter capaz de evitar infecção urinária
conteúdo

Notícias

Pesquisadora da UFPB desenvolve cateter capaz de evitar infecção urinária

Tubo impregnado de antibióticos também pode ser eficaz contra infecção generalizada
publicado: 18/08/2020 20h09, última modificação: 19/08/2020 04h33
A cada 100 pacientes que desenvolvem infecção hospitalar, aproximadamente dois têm infecção urinária relacionada ao cateter. Na imagem, cateteres urinários impregnados de antibióticos. Foto: Patrícia de Freitas e Silva

A cada 100 pacientes que desenvolvem infecção hospitalar, aproximadamente dois têm infecção urinária relacionada ao cateter. Na imagem, cateteres urinários impregnados de antibióticos. Foto: Patrícia de Freitas e Silva

A pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB),  Patrícia de Freitas e Silva, sob orientação do professor Fábio Sampaio, desenvolveu um cateter capaz de evitar infecção urinária. O tubo com superfície impregnada de antibióticos também pode ser eficaz contra infecção generalizada.

O cateter impregnado com antibióticos capazes de agir sobre  bactérias da própria microbiota do paciente, ou seja, dos microrganismos presentes no próprio indivíduo, têm a capacidade de impedir a formação de biofilme bacteriano sobre o cateter, dificultando o desenvolvimento de infecção urinária.

Biofilmes são comunidades de bactérias envoltas por substâncias, principalmente açúcares, produzidas pelas próprias bactéria,  que conferem à comunidade proteção contra diversos tipos de agressões que ela pode vir a sofrer como, por exemplo, a falta de nutrientes, o uso de um antibiótico ou algum agente químico utilizado para combater bactérias.

Os antibióticos utilizados nos testes, entre 2016 e 2017, foi a convencional ampicilina, que está no mercado há muitos anos, porém já com pouca ação antimicrobiana, e uma substância natural extraída da planta Malvácea, o sal de criptolepina, que também tem ação antimicrobiana.

A associação dos dois antimicrobianos potencializou a ação antimicrobiana da ampicilina, inibindo a bactéria estudada, a Pseudomonas aeruginosa, um patógeno temido no ambiente hospitalar devido ao seu elevado grau de resistência aos antimicrobianos.

“No caso das infecções urinárias de pacientes em uso de  cateteres urinários, estas ocorrem com frequência de aproximadamente 40%, aumentando a morbidade e, inclusive, a mortalidade de pacientes em função da infecção generalizada desencadeada pelo uso prolongado do cateter”, conta a pesquisadora Patrícia de Freitas e Silva, hoje professora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

A inovação da UFPB foi desenvolvida no Laboratório de Biologia Bucal (Labial) da UFPB e no Laboratório de Microbiologia da UEPB. “Foi criada principalmente para atender a uma necessidade hospitalar premente, que seria a diminuição de infecções urinárias e generalizadas em pacientes em uso prolongado de cateteres urinários, sem administração oral ou venosa de antimicrobianos, pois essa atividade dispersa aerossóis no ambiente e  aumenta o risco de as bactérias desenvolverem resistência aos antimicrobianos”, explica a pesquisadora.

Segundo Patrícia de Freitas e Silva, a cada 100 pacientes que desenvolvem infecção hospitalar, aproximadamente dois têm infecção urinária relacionada ao cateter. “O próximo passo é testar a associação de antimicrobianos utilizada sobre outras bactérias de origem hospitalar”. O trabalho foi realizado com recursos do Laboratório de Biologia Bucal (Labial) da UFPB.

* * *
Reportagem e Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB