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Pesquisadora da UFPB desenvolve novo método para extração de colágeno do frango

publicado: 22/09/2021 18h38, última modificação: 24/09/2021 09h48
Carta-patente do invento foi expedida pelo Inpi no último dia 14 de setembro

Foto: Angélica Gouveia

A pesquisadora Ana Rita Cordeiro, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolveu uma pesquisa relacionada à extração de colágeno encontrado na cartilagem do osso da quilha do frango. A pesquisadora do Centro de Tecnologia encontrou um método mais rápido e eficiente para extrair o colágeno, buscando agregar valor e fortalecer a cadeia de comércio de frangos.

A cartilagem da quilha do frango é um subproduto rico em colágeno, obtido na etapa de filetagem dos filés de peito de frango. Pelo colágeno ser termicamente instável, o processo de extração dura 72 horas em uma temperatura média de 4ºC. Esse processo de extração que envolve a refrigeração gera altos custos financeiros para a indústria.

Com a orientação da Profa. Marta Madruga, do Departamento de Engenharia de Alimentos, o estudo, que faz parte da dissertação de mestrado de Ana Rita Cordeiro, foi desenvolvido nos laboratórios do Centro de Tecnologia (CT) da UFPB. O objetivo da pesquisa era encontrar um processo de extração com tempos menores e em temperaturas maiores a fim de eliminar o método de refrigeração na extração do colágeno.

“Fizemos um planejamento fatorial em que estudamos muitas variáveis. Conseguimos extrair uma ótima quantidade de colágeno em 24 horas. Assim, reduzimos o tempo e conseguimos realizar o processo em temperatura ambiente. Foram dois ganhos importantes porque o processo anterior era muito oneroso”, pontuou a pesquisadora.

A carta-patente do invento foi expedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) no último dia 14 de setembro deste ano. Ana Rita Cordeiro explicou o que a obtenção da carta representa para a comunidade científica. “Foi uma conquista fundamental para nós pesquisadores porque ela revela o quanto é importante criar patentes de invenção que, de fato, tenham uma aplicação tecnológica”, afirmou.

Segundo a mestranda, a cartilagem da quilha do frango, geralmente, vai à graxaria para ser transformada em ração animal, entre outras medidas que não têm muito valor agregado. Sabendo do potencial de extração do subproduto, ela espera implementar este novo processo, por meio de parcerias, para que o projeto encontre a prática e possa ser comercializado.

“Estudos que venham a trazer um retorno para a indústria são extremamente importantes. É necessário aliar os objetivos da Universidade com as demandas da indústria para a geração de ganhos para toda a sociedade”, finalizou.

A pesquisa foi concluída com a dissertação de mestrado da discente. Apesar disso, a Profa. Marta Madruga vislumbra outros estudos com a cartilagem focados na sua caracterização, envolvendo peso molecular e perfil aminoacídico.

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Reportagem: Mariani Idalino
Edição: Aline Lins
Foto: Angélica Gouveia