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Pesquisadores da UFPB buscam evidências de remédio natural para Covid-19

Plantas medicinais e aromáticas podem interferir na transmissão e no quadro clínico
publicado: 08/07/2020 18h55, última modificação: 08/07/2020 19h11
Qualquer adulto brasileiro pode contribuir para o estudo por meio do preenchimento e envio de questionário on-line. Foto: Marcos Barros

Qualquer adulto brasileiro pode contribuir para o estudo por meio do preenchimento e envio de questionário on-line. Foto: Marcos Barros

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) buscam evidências de remédio natural para Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). O estudo é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da estudante de Ciências Agrárias aluna Roberta de Lima, no campus III, em Bananeiras, no Brejo paraibano.

De acordo com Marcos Barros, orientador do estudo, o trabalho tem o intuito de compreender se o uso concomitante e/ou preventivo de plantas medicinais e aromáticas podem interferir na transmissão e no quadro clínico antes, durante e após a infecção pelo novo coronavírus.

A ideia é encontrar evidências para criar um remédio natural que amenize os sintomas, melhorando o quadro sintomatológico ou diminuindo os efeitos maléficos do vírus, estimulando a imunidade do paciente  e  eficácia no combate à doença.

“Queremos procurar informações e conhecimentos relacionados ao emprego de ervas medicinais  e aromáticas, a partir da criação de uma  bases  de  dados correlacionada ao contexto da Covidd-19”, afirma Marcos Barros.

Se forem encontrados indícios, eles serão apresentados à comunidade científica, aos governos e à sociedade, a fim de formular estratégias para o emprego de plantas medicinais e aromáticas no enfrentamento da enfermidade. “Essas estratégias poderão resultar em alguma medida comunitária concreta que sirva para mitigar os efeitos maléficos da doença, evitar mais transmissões, reduzir os impactos do surto e apoiar medidas de controle”.

Roberta de Lima defende que a pesquisa é importante, uma vez que poderá contribuir com a ciência. “Visamos outras alternativas para o tratamento da Covid-19, como o uso de fitoterápicos. Ou seja, queremos saber qual o tipo de planta e formulação foram usados e se houve alguma melhora depois do uso”, conta a pesquisadora.

Os resultados da pesquisa poderão ser centrais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). “Poderemos conceber tratamentos por meio do Programa Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), que trabalha com técnicas que envolvem a fitoterapia, acupuntura, aromaterapia, homeopatia, entre outras etnociências que são importantes para o desenvolvimento de remédios e de cura de muitos males humanos”, argumenta o professor Marcos Barros.

As contribuições de qualquer adulto brasileiro podem ocorrer por meio do preenchimento e envio de questionário on-line, que reúne perguntas sobre a história de vida, saúde, hábitos e o uso ou não de plantas medicinais.  O objetivo é agrupar pelo menos mil respostas.

Conforme os pesquisadores, quanto maior o número de voluntários por estado, maior será a segurança e fidelidade das informações coletadas com a realidade, permitindo, assim, um nível de garantia estatística e menor margem de erro.

A pesquisa será efetuada durante este mês de julho. Antes de empreender alguma análise detalhada, serão verificadas a consistência e a integridade das respostas. Serão comparados o grupo de portadores e não portadores do novo coronavírus.

“Esperamos que nossa pesquisa resulte em informações significativas e que motive a realização de trabalhos científicos de base, no âmbito da iniciação científica e da pós-graduação”, diz Marcos Barros.

O estudo está sendo realizado no Laboratório Clínica Fitossanitária e Etnomedicina, que desenvolve pesquisas para o desenvolvimento de produtos defensivos naturais para plantas e animais e preparados homeopáticos como fitoterápicos para o uso humano em comunidades rurais.

Também participam do estudo os pesquisadores Natanaelma Silva, Maria Veronica Lins, Elisandra Ribeiro, Viviane de La Rocca e Renata da Silva.

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Reportagem: Carlos Germano | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB