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Pesquisadores da UFPB criam biocerâmica com ação antimicrobiana

publicado: 26/05/2021 15h35, última modificação: 27/05/2021 10h45
Invenção tem diversas aplicações na área da Odontologia
Foto: Angélica Gouveia
Escola Técnica de Saúde. Foto: Angélica Gouveia

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveu um biomaterial cerâmico – a hidroxiapatita – com efeito antimicrobiano, para uso odontológico.

hidroxiapatita é um constituinte mineral do osso natural. Obtida de forma sintética, essa biocerâmica é similar ao osso natural, possibilitando que substitua o osso humano em implantes dentários, por exemplo, quando pinos de titânio com revestimento de hidroxiapatita substituem a raiz do dente, funcionando como um tipo de enxerto.

O estudo pioneiro, iniciado em 2019, buscou desenvolver uma nova hidroxiapatita, como forma de melhorar as propriedades e as aplicações do material na cavidade oral dos pacientes odontológicos, explicou um dos coordenadores da pesquisa, o professor da Escola Técnica de Saúde (ETS) Lúcio Castellano. Também estiveram à frente do trabalho a pesquisadora da ETS Tatiana Rita de Lima e a professora do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) Maria Gardennia da Fonseca.

Assim, foi adicionado ao material o metal nióbio (que pode substituir o cálcio nas composições), garantindo mais resistência e estabilidade à biocerâmica. Raro no mundo, o nióbio existe em grande quantidade no Brasil e é usado na produção de ligas de aço em diversas indústrias, podendo ser encontrado em turbinas de avião ou em aparelhos de ressonância magnética, por exemplo. Como resultado, foi gerado um sólido em pó branco, vantagem apontada pelo pesquisador Lúcio Castellano por atender ao padrão de cor branca adotado em diversos materiais odontológicos.

Entre as aplicações da invenção, o pesquisador destaca a utilização como um importante agente contra fungos (especialmente Candida spp.); a adição em creme dental, fortalecendo a ação antimicrobiana e de reparo de estruturas dentais; e o uso como enxaguatório bucal para diminuir ação de microrganismos na boca e a sensibilidade.

“Sugere-se que esse material possa remineralizar os dentes após a perda de dentina destruída pela cárie odontológica, ou pode refazer a parte externa do dente, removendo a sensibilidade extrema de dentes sensíveis”, acrescentou o estudioso.

Ainda segundo Prof. Lúcio Castellano, a UFPB já foi contatada por algumas empresas gigantes dos mercados de materiais odontológicos e as negociações estão em andamento para que o produto seja disponibilizado para o mercado.

Realizada em parceria com uma equipe da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da Universidade de São Paulo (USP), a pesquisa multidisciplinar que resultou na invenção do biomaterial teve a participação de engenheiros de produção, químicos, biomédicos, odontólogos, biotecnologistas, docentes e alunos vinculados à ETS e aos programas de Pós-Graduação em Química (PPGQ) e em Odontologia (PPGO) da UFPB.

UFPB fez o pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). Assim que for concedida, a tecnologia pode ser comercializada e disponibilizada por meio da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova-UFPB).

Os interessados podem entrar em contato pelo número (83) 3216-7558 ou pelo e-mail inova@reitoria.ufpb.br.

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Reportagem: Carlos Germano
Edição: Aline Lins
Foto: Angélica Gouveia