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Pesquisadores da UFPB criam cápsula capaz de prevenir doenças crônicas
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) patentearam cápsula de nutracêutico, um suplemento alimentar, que pode ajudar na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. O produto foi desenvolvido pela doutoranda Karoliny Brito, sob a orientação dos professores Evandro Leite e Estefânia Fernandes, no Laboratório de Microbiologia e Bioquímica de Alimentos do Centro de Ciências da Saúde, no campus I, em João Pessoa.
A cápsula, criada em dois anos, facilita a ingestão simultânea de compostos fenólicos, antioxidantes, que podem influenciar na qualidade dos alimentos, e de bactérias probióticas (lactobacilos), microrganismos que podem proporcionar melhorias ao ser humano, potencializando seus benefícios à saúde.
O produto apresenta compostos que têm propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e cardioprotetoras. De acordo com a pesquisadora, o uso combinado de Lactobacillus fermentum, quercetina e/ou resveratrol apresenta-se como uma estratégia valiosa para obter novas formulações nutracêuticas com potencial de ajudar na prevenção e tratamento de doenças.
“A ideia surgiu através da possibilidade de desenvolvimento de um nutracêutico a partir da combinação de componentes bioativos, que são compostos químicos que podem gerar diversos benefícios à saúde humana. Trazendo facilidade na ingestão conjunta dos três componentes e suas potenciais atividades biológicas benéficas ao bem-estar do consumidor”, conta Karoliny.
Os resultados mostraram que, em 90 dias de armazenamento refrigerado, as bactérias de L. fermentum (usadas como probióticos) e as concentrações de quercetina e resveratrol do nutracêutico, apresentaram-se desejáveis, uma vez que estudos já mostravam que o consumo nas doses encontradas poderia promover efeitos positivos nos parâmetros cardiometabólicos em humanos, como pressão arterial, índice de massa corporal, perfil lipídico plasmático e níveis de glicose no sangue.
Segundo a doutoranda, durante a exposição à digestão gastrointestinal in vitro, as formulações com quercetina e/ou resveratrol protegeram melhor as bactérias de L. fermentum quando comparada às formulações com apenas L. fermentum e fruto-oligossacarídeos (carboidrato).
“Foi observado também que parte do conteúdo de quercetina e resveratrol em todas as formulações era bioacessível e exibiram alta capacidade antioxidante in vitro”, explica a pesquisadora. Para desenvolver o trabalho científico, foi realizado uma revisão bibliográfica acerca das matérias-primas e, em seguida, efetuados testes para desenvolver um método adequado para elaboração do produto.
O nutracêutico é caracterizado por compreender duas principais etapas de processo. A primeira é o preparo das matérias-primas. As bactérias probióticas são suspensas em solução de água destilada com fruto-oligossacarídeos (crioprotetor para as bactérias) e é feita a pesagem do resveratrol (300mg) e quercetina (500mg).
A segunda etapa é a produção do nutracêutico. Os compostos são adicionados à solução contendo as bactérias probióticas. Em seguida são congelados e liofilizados (processo de desidratação). Por fim, ocorre o preenchimento das cápsulas e armazenamento hermético, inteiramente tapados, impedindo a passagem do ar.
O controle de qualidade do produto foi realizado em parceria com o Laboratório Multiusuário de Caracterização e Análises e Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos da UFPB e com o Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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Reportagem: Carlos Germano | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB