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Pesquisadores da UFPB criam sabonete de algaroba, presente no semiárido brasileiro

Produto protege, hidrata e lubrifica a pele e tem potencial para ser fonte de renda na região
publicado: 25/03/2020 19h39, última modificação: 25/03/2020 21h13
Esta é a primeira vez que a especie vegetal é aplicada na cosmética, segundo o estudo. Patente do sabonete foi solicitada ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Foto: Divulgação

Esta é a primeira vez que a especie vegetal é aplicada na cosmética, segundo o estudo. Patente do sabonete foi solicitada ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Foto: Divulgação

Em meio à crescente demanda por produtos naturais no ramo de cosméticos, pesquisa realizada pelo Laboratório de Tecnologia Cosmética da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveu uma patente de sabonete com base no extrato de algaroba, planta de origem peruana e abundante no semiárido brasileiro. O estudo foi desenvolvido pela doutora Melânia Lopes, ao lado do pesquisador Clóvis Gouveia e da estudante Elaine Cristina.

Melânia Lopes conta que a pesquisa surgiu do desejo de estudar e usar ativos da biodiversidade brasileira na área cosmética. A algaroba foi escolhida por obter melhor adaptação em regiões áridas e ter potencial para ser fonte de renda na região.

A pesquisa é importante porque trouxe inovação para área cosmética. Pela primeira vez, a algaroba é aplicada em formulações cosméticas. Foi comprovado seus benefícios durante o uso para a pele, demonstrando boa hidratação nos testes específicos”, relata Melânia.

Na realização do trabalho científico, foi obtido o extrato fluido a partir das vagens de algaroba. Em seguida, realizada a reação para obter o sabão em barra e, então, aplicou-se o extrato fluido de algaroba em concentrações diferentes.

Com os sabonetes em barra prontos, testes laboratoriais foram executados e as suas propriedades avaliadas a fim de se investigar a performance do produto. Observou-se as características desejadas, que foram comparadas com as dos produtos de mercado.

Segundo a literatura da área, os testes feitos para a avaliação dos sabonetes não seguem um método especifico de realização, com exceção do teste referente à avaliação de espuma e de irritabilidade dérmica, ficando os outros testes e as suas respectivas aplicações a critério do pesquisador.

De acordo com a pesquisadora, considerando o estudo da formulação do sabonete, a adição do extrato da algaroba em diferentes concentrações permitiu uma visualização benéfica das propriedades analisadas. Os sabonetes, independente da concentração examinada, não apresentaram rachaduras, diferente do que foi constatado nos sabonetes encontrados no mercado.

Com o aumento da concentração, observou-se uma redução significativa da perda de massa e da formação de espumas. Assim o extrato da algaroba contribui para manter as características físico-químicas do sabonete durante o seu uso e fortalece as propriedades umectantes e emolientes para pele, importantes em produtos cosméticos de limpeza e higiene”, destaca Melânia.

Dessa forma, a pesquisa possibilitou o uso de um produto de higiene que pode proteger a derme de crianças e idosos, que possuem peles mais delicadas. “Não havia relatos na literatura desse tipo de pesquisa na área cosmética. Tem sido oportuno pesquisar esse novo ativo, avaliando suas potencialidades para os cuidados da epiderme e do cabelo”, conta Lopes.

Carlos Germano | Ascom/UFPB