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Pesquisadores da UFPB criam software para teleatendimento radiológico

Programa permite diagnóstico, controle e tratamento de doenças por imagem
publicado: 18/03/2020 17h36, última modificação: 18/03/2020 17h36
Ferramenta poderá beneficiar pacientes no interior brasileiro, onde é escassa a disponibilidade de médico radiologista. Foto: Reprodução/Sir Radiologia

Ferramenta poderá beneficiar pacientes no interior brasileiro, onde é escassa a disponibilidade de médico radiologista. Foto: Reprodução/Sir Radiologia

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um software livre que permite ao médico radiologista interação com clínicas e hospitais e que propicia o acesso remoto aos exames de imagem para emissão de laudos.

Assim, o programa DicomClient viabiliza solução que melhora o atendimento, com menos custos, fornecendo uma ferramenta de avanço tecnológico e de inovação na área da saúde.

Os autores da pesquisa são o professor Gustavo Motta, do Centro de Informática, que foi o orientador do trabalho; o médico radiologista Severino de Araújo Neto, do Centro de Ciências Médicas, e os técnico-administrativos Danilo Araújo Juracy Lucena Neto, da Superintendência de Tecnologia da Informação.

O projeto teve origem no pós-doutorado do professor Gustavo Motta, em 2014. Segundo ele, o software DicomClient faz parte do projeto DicomFlow. “A ideia é a gente poder fazer uma rede colaborativa para emissão de laudos radiológicos de uma forma descentralizada”, explica.

Para o técnico Danilo Araújo, o invento trará mais facilidade e contribuirá para mudar a realidade dos profissionais radiologistas.

No interior brasileiro, é escassa a disponibilidade de médico radiologista. Então, essa ferramenta quebra essa barreira espacial e permite que o médico faça o laudo das imagens à distância, o que representa um ganho na qualidade do trabalho, na celeridade do atendimento da clínica e no tempo para o paciente receber uma resposta sobre seu exame”, defende.

Conforme a pesquisa, os avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) proporcionam as condições para formar uma infraestrutura para distribuição de imagens médicas em larga escala.

Entretanto, mesmo considerando a grande base instalada PACS/DICOM, sistema onde o PACS significa Picture Arquive Computerized System (Sistema Informatizado de Arquivo de Imagens) e DICOM Digital Imaging and Comunication in Medicine (Imagem Digital e Comunicação em Medicina), onde o padrão de qualidade de imagens é o DICOM e o software de manuseio destas imagens é o PACS, não se observa a formação de uma infraestrutura comum para troca de imagens médicas entre entidades de saúde”, constata o estudo.

Dessa forma, os pesquisadores propuseram o DicomFlow, uma infraestrutura assíncrona, assimétrica e descentralizada para distribuição de imagens médicas, construída sobre a base instalada.

O DicomFlow possibilita, portanto, a troca de imagens entre profissionais e organizações de saúde quaisquer, desde que pertençam à base instalada PACS/DICOM e de e-mail na internet.

De acordo com Danilo Araújo, outro diferencial é que a solução criada por eles se integra ao funcionamento da unidade de saúde.

Uma das vantagens que a gente tem: não precisar reestruturar a infraestrutura de modalidades da clínica, ou seja, a clínica não precisa modificar os seus equipamentos de aquisição de imagens para se adaptar ao sistema. O sistema é que se adapta à clínica”, explica o pesquisador.

A fase de experimento do software durou cerca de um ano, entre especificação, instalação e testes de funcionalidades, e foi testado em uma clínica no município de Patos, no semiárido paraibano, informa Danilo.

O professor Gustavo diz que, com a criação do software, a ideia é colocá-lo em prática para beneficiar a sociedade, mas para isso ainda precisa buscar apoios.

Para torná-lo um produto que possa ser utilizado para a sociedade, a gente precisa ter um financiamento. Apenas o fato de ser um software livre não é suficiente, ele tem que ser trabalhado, mantido, temos que ter profissionais para fazer com que ele saia de um protótipo desenvolvido com finalidade de pesquisa, para se tornar um produto profissional, ainda precisa, muito, de investimentos”.

O trabalho tem o apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Engenharia de Software (Ines) e foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Ascom/UFPB