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Pesquisadores da UFPB criam técnica eficiente e de baixo custo para extração de óleo e bioativos de microalgas

publicado: 05/01/2022 10h37, última modificação: 05/01/2022 10h37
Microalgas são fonte de matéria-prima renovável para produção de biocombustíveis, cosméticos, fármacos e suplementos alimentares

Foto: iStock

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um processo eficiente e de baixo custo para a extração do óleo e de compostos bioativos da biomassa residual de microalgas, como a Luteína, carotenoides, ácidos graxos, proteínas e carboidratos.

Esses bioativos são valiosas fontes de matéria-prima renovável para as indústrias química, farmacêutica e alimentícia porque podem ser utilizados na formulação de cosméticos, fármacos, suplementos alimentares e encapsulados.

A pesquisadora Elizandra Pereira, egressa do curso de doutorado do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da UFPB e uma das responsáveis por esta possível patente, explica que o processo é de baixo custo por usar insumos baratos. O método também apresenta baixo consumo de energia elétrica, sendo capaz de produzir metabólitos secundários de maior valor agregado.

O processo de extração surgiu da necessidade de aproveitar toda biomassa das microalgas sem contaminação pela clorofila. Outras técnicas requerem equipamento de alta pressão e a adição de cossolventes que podem ser difíceis de controlar e de remover completamente do produto ou ainda podem ser ambientalmente indesejáveis”, alerta Elizandra Pereira

Sendo assim, os pesquisadores da UFPB corrigiram e adaptaram metodologias que já existiam. De acordo com a egressa da UFPB, havia muita dificuldade em extrair todo o resíduo da clorofila, o que impedia a obtenção de um biocombustível limpo de oxidantes.

Os experimentos que resultaram na criação deste método de extração inovador foram realizados no Laboratório de Termodinâmica do Centro de Tecnologia (CT) e no Laboratório de Pesquisa em Bioenergia e Síntese Orgânica (LPBS) do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da UFPB, no campus I, em João Pessoa.

Elizandra Pereira pontua que há muitas microalgas na Paraíba, o que pode impulsionar a economia do Estado. Elas geralmente são encontradas em lagos, rios, mares, estuários, criadouros, e a variabilidade de espécies também depende de seu habitat.

Um exemplo é a espécie com que trabalhei no doutorado, a Scenedesmus quadricauda, que foi coletada em um balneário em Pitimbu, [no Litoral Sul da Paraíba]. Mas temos aqui no Estado a Spirulina Platensis, muito conhecida e carro-chefe do trabalho da Fazenda Tamanduá, [no município de Santa Teresinha, próximo à cidade de Patos]”, destaca Elizandra Pereira. A Fazenda Tamanduá é pioneira na produção de alimentos orgânicos no Estado.

Elizandra Pereira também ressalta que o Laboratório de Ambiente Recifais e Biotecnologia com Microalgas (Larbim) do CCEN da UFPB possui um banco fantástico dessas espécies. Inclusive, foi exatamente de lá que foram obtidas as cepas usadas no estudo que culminou no desenvolvimento do processo de extração.

Também são responsáveis pela inovação os pesquisadores da UFPB Petrônio Filgueiras de Athayde Filho, Clediana Calixto, Vilma Barbosa, Roberto Sassi, Cristiane Sassi, Maristela Alcântara e Evandro Lira. Colaboraram Bruna Emerenciano, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Vânia Barbosa, da Universidade Federal do Pará (UFPA). A pesquisa foi publicada em artigo científico no periódico Eco Gestão Brasil.

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Reportagem: Pedro Paz
Foto: iStock