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Pesquisadores da UFPB desenvolvem veículo elétrico de baixo custo que usa inteligência artificial

Os softwares usados no projeto foram o Raspbian, IDE Arduino e VNC viewer, todos gratuitos
publicado: 20/01/2021 18h18, última modificação: 20/01/2021 18h18
Esse tipo de veículo é muito utilizado por seguranças de shoppings. Foto: Divulgação

Esse tipo de veículo é muito utilizado por seguranças de shoppings. Foto: Divulgação

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um veículo elétrico de baixo custo controlado por lógica fuzzy, uma técnica de controle moderno que incorpora nos sistemas a forma humana de pensar, propiciando a estes sistemas inteligência artificial. O equipamento é um transportador humano de duas rodas, com uma plataforma estabilizada por um sistema de controle.

Esse tipo de veículo é conhecido por ser muito utilizado por seguranças de shoppings. Algumas atividades laborais demandam locomoção rápida, constante e em espaços reduzidos, às vezes com distâncias que exigiriam do ser humano um determinado preparo físico. Além disso é necessário que esta locomoção em espaços fechados não gere gases poluentes.

O veículo foi desenvolvido pelo Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR/UFPB) com o apoio da Reitoria da UFPB, visando beneficiar a sociedade com a inovação tecnológica. Ele é fruto de um trabalho de mestrado do Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da instituição, orientado pelos professores Simplício Arnaud da Silva e Cícero Rocha Souto.

Este tipo de veículo foi criado em 1999 por Dean Kamen e possui o nome de Segway. O discente que desenvolveu o protótipo da UFPB, Gênnisson Carneiro, explica que os custos do Segway no mercado variam de US$ 6 mil a US$ 10 mil. Já o veículo desenvolvido na UFPB é estimado em um valor de aproximadamente US$ 1,5 mil.

“A pretensão é diminuir ainda mais estes custos, buscando novos materiais e utilizando componentes que sejam vendidos no Brasil, pois os motores utilizados no projeto são vendidos nos EUA”, afirma Gênnisson.

A ideia de desenvolver o veículo surgiu depois que o professor Cícero Rocha Souto  observou que muitos trabalhos acadêmicos relativos ao assunto têm usado o problema de equilíbrio do Segway para testar robustez de controladores a fim de promover sistemas robóticos de auto equilíbrio, porém sem o objetivo de transportar cargas ou pessoas. Pouca literatura é encontrada em relação ao desenvolvimento de veículos de transporte pessoal do tipo Segway.

A estrutura do veículo é constituída de cantoneiras de aço comum com chapas e guidão de aço inox. Possui dois motores de corrente contínua, alimentados por bateria de nobreak, e seu sistema de controle possui um minicomputador do tamanho aproximado de um cartão de crédito que suporta sistemas Linux como o Raspbian e Ubuntu e também Windows 10 IoT. As rodas são para transporte de carga comum.

Os softwares usados no projeto foram o Raspbian, IDE Arduino e VNC viewer, todos gratuitos.

Na base do guidão foi instalado um giroscópio que mede a inclinação da plataforma onde está o usuário e a posição do guidão. A inclinação da plataforma determina a velocidade e o guidão que determina a direção, direita ou esquerda.

“Ao inclinarmos o nosso corpo para frente, a plataforma se inclina para frente e o veículo aciona suas rodas para que essa inclinação não aumente, auxiliando no equilíbrio do usuário”, explica Gênnisson.

Os inventores esperam otimizar o projeto com novos materiais e componentes que estejam disponíveis no mercado local, reduzindo o custo e tornando-o mais acessível. “Lembramos que este é o primeiro protótipo e já visualizamos muitas melhorias a serem feitas. Ainda podemos colocar, neste mesmo protótipo, outras técnicas de controle para efeitos de comparação e implementar de outros sensores e com isso gerar publicações científicas”.

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Reportagem: Aline Lins