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Pesquisadores da UFPB ensinam passo a passo para construir ecofossa

Biossistema diminui contaminação dos rios e dos poços artesianos
publicado: 03/06/2020 20h44, última modificação: 03/06/2020 21h19
Denominada de “Círculo de Bananeiras”, a estrutura absorve água suja de banheiros e torneiras por meio de escavação tubular, madeiras, lenha e folhagens. Crédito: Laboratório de Ecologia Áquatica da UFPB/Autor Desconhecido

Denominada de “Círculo de Bananeiras”, a estrutura absorve água suja de banheiros e torneiras por meio de escavação tubular, madeiras, lenha e folhagens. Crédito: Laboratório de Ecologia Áquatica da UFPB/Autor Desconhecido

Pesquisadores do Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) divulgaram, nesta terça-feira (2), manual para a elaboração de ecofossas como forma de diminuir impactos ambientais aos recursos hídricos e lençóis freáticos das cidades.

A equipe responsável pelo projeto é composta pelos pesquisadores Cristina Crispim, Gabrielle Moraes, Gheizon Raunny e José Kaio Freitas. De acordo com eles, as ecofossas são importantes para diminuir a contaminação dos rios e dos poços artesianos que ocorre com a estrutura tradicional de esgoto doméstico.

“Desenvolvemos o projeto há cerca de quatro anos. O objetivo é melhorar a qualidade da água dos rios urbanos poluídos. Para isso, é necessário cessar a entrada de nutrientes e materiais dos esgotos. Então, a proposta das fossas ecológicas é muito interessante por elas serem melhores e mais baratas que as tradicionais”, destaca Cristina Crispim.

Para a professora da UFPB, a ação principal é orientar a população sobre a necessidade de não jogar resíduos nos rios e parar de lançar águas sujas e com dejetos nas vias. “Muitas vezes, são jogadas a céu aberto e chegam aos rios. Com as fossas ecológicas, inviabiliza esse tipo de ação poluidora”, diz a pesquisadora.

“Com as estruturas em círculos de bananeiras, elas seguram as águas sujas que vêm de chuveiros e torneiras, fazendo um tratamento simples que quase não tem custo. Só precisam de um cano, porque serão cavadas no chão e ocupam pouco espaço. As tradicionais dependem do tamanho da residência e da quantidade de pessoas que moram nelas”, afirma Crispim.

Os pesquisadores denominam de “Círculo de Bananeiras” uma estrutura simples com escavação tubular que é preenchida, basicamente, por madeiras e lenhas e coberta de folhagens. Esse círculo deve ser cavaco com 1m de diâmetro e 1m de profundidade, ter um tubo de 50mm conectado para saída dele e arrodeado por bananeiras que irão absorver a água.

“Para um bom funcionamento, deve-se evitar usar em excesso ou utilizar sem diluir alguns produtos químicos. A água sanitária pode ser usada se diluída. Esse tipo de biossistema não suporta produtos mais fortes, como ácido muriático. É necessário dimensionar as fossas em lugares onde há maior incidência de luz solar”, recomendam os pesquisadores.

Além da estrutura com as bananeiras, o manual do “Projeto Ecofossas” da UFPB traz o sistema do “Tanque de Evapotranspiração”, que consiste em um ambiente fechado para receber dejetos, como fezes e urinas, das residências e evitar vazamentos de fossas. Mais detalhes sobre a iniciativa de saneamento ecológico da UFPB podem ser conferidos no perfil do projeto no Instagram. 

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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB