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Pesquisadores da UFPB ganham projeção nacional com produção de indicadores em tempo real

publicado: 03/03/2022 10h42, última modificação: 03/03/2022 10h42
Na pandemia, dados auxiliam tomadas de decisão de gestores públicos na Paraíba

Professores e estudantes do Labimec da UFPB aliam rigor científico à linguagem acessível. Foto: Fotomontagem com arquivos pessoais

Pesquisadores do Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), localizado no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), no campus I, em João Pessoa, ganham, cada vez mais, projeção regional e nacional com a produção de indicadores em tempo real.

Atualmente concorrendo ao prêmio SOF de Monografias, idealizado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, no ano passado, o laboratório foi selecionado para representar a Paraíba na etapa nacional do Prêmio CONFAP de Ciência, Tecnologia e Inovação "Francisco Romeu Landi".

O prêmio é concedido pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e o Labimec da UFPB participou do concurso com o projeto "Captação de dados, aplicação web e modelo epidemiológico discreto do tipo suscetível-infectado-recuperado (SIR) adaptado à covid-19".

Depois de realizações como a projeção do primeiro pico da covid-19 na Paraíba, em junho do ano de 2020, auxiliando a tomada de decisão de gestores públicos do Estado, com o avanço da vacinação em 2021 e neste ano, os pesquisadores da UFPB continuam gerando informes sobre a Covid-19. O último é sobre buscas nas redes sociais acerca da infecção causada pelo novo coronavírus.

Ao longo da minha carreira profissional, desenvolvi vários projetos de pesquisa. No entanto, este nos projetou para o cenário nacional e permitiu colocar em prática conceitos em tempo real. Os alunos participantes do projeto, além de gerar informes, atuaram em lives, encontros de TV, reportagens. Sem dúvida, uma experiência marcante para todos os membros do grupo”, afirma o professor Cássio Besarria, coordenador do projeto e do Labimec da UFPB.

Na avaliação do docente, esse projeto de pesquisa ajudou a cumprir um dos objetivos do laboratório, que é a busca pela solução de problemas da sociedade e, com isso, criar oportunidades e evidenciar o trabalho desenvolvido pelos estudantes.

Devido à urgência por informações relevantes e confiáveis nesta pandemia da Covid-19, os pesquisadores da UFPB abdicaram, momentaneamente, dos tradicionais periódicos e revistas acadêmicas, enquanto canais de divulgação, para publicizar os indicadores e projeções sobre a Covid-19 por outros meios, como o site e o perfil do Labimec no Instagram.

A nossa proposta é gerar informação pautada no rigor científico e com linguagem acessível para todos os públicos. Inicialmente, a ideia era tratar, especificamente, do Estado da Paraíba. No entanto, a partir de setembro de 2020, passamos a incluir informações nacionais em dashboards [painéis interativos] e construímos mapa dinâmico que permite associar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios brasileiros aos casos de Covid-19”, conta Cássio Besarria.

Segundo o coordenador do projeto da UFPB, os indicadores são definidos com base nas recomendações dos órgãos oficiais de saúde. “O primeiro dado gerado foi um dashboard que apresentava a distribuição dos novos casos, óbitos e número de recuperados de Covid-19. Logo depois, passamos a produzir indicadores de mobilidade urbana, taxas de ocupação de leitos de enfermarias e UTIs, perfil dos óbitos e criamos um chatbot informativo”, recupera o professor da UFPB.

Os dados da Secretaria Estadual de Saúde foram utilizados como insumos para geração de indicadores complementares (mapas, taxas de crescimento e recuperação, entre outros). Também foram produzidas informações a partir da extração de informações das redes sociais digitais.

Os informes sobre mobilidade urbana foram elaborados a partir da API da Google. Os dados foram extraídos dos softwares R e Python, ambos livres. API é a sigla utilizada para Application Programming Interface que, em português, significa Interface de Programação de Aplicativos. Em resumo, é um conjunto de aplicações que permitem a construção de uma interface inteligente.

O modelo epidemiológico discreto do tipo suscetível-infectado-recuperado (SIR) viabiliza simular os efeitos de diferentes políticas de distanciamento social. Com isso, era possível projetar diferentes cenários de contaminação, recuperação e óbitos ligados à Covid-19”, explica Cássio Besarria.

Ele ressalta que a análise preditiva e o indicador de subnotificação foram gerados com base nas experiências de epidemias passadas e os métodos adotados para a concepção desses informes podem ser facilmente adaptados para outros cenários.

Este projeto de produção de indicadores sobre a Covid-19 em tempo real foi desenvolvido em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB), de junho de 2020 a fevereiro deste ano. Foi um dos dez selecionados no âmbito do Edital 003/2020.

Com o financiamento de R$ 20.000 da Fapesq-PB, foram possíveis as aquisições de cinco computadores, uma câmera, uma TV, três HDs externos, entre outros produtos de escritório. “A parceria com a Fapesq-PB foi fundamental para a estruturação do laboratório”, diz Cássio Besarria.

Alunos de graduação e de pós-graduação integram o Labimec da UFPB. Cada um deles é responsável por uma publicação semanal. Do projeto sobre a Covid-19, participam os estudantes de graduação Daniel Campesi, Flávio Torres Filho e Rodrigo Ruiz, o pós-graduando Pierre Nascimento Silva e os professores Cássio Besarria e Maria Daniella de Oliveira.

Entre as últimas publicações do Labimec da UFPB no Instagram, estão dados econômicos da Paraíba e boletim financeiro internacional com informações sobre criptomoedas, índices de comodities, títulos públicos, moedas, taxas de juros, interbancária e de desemprego e crescimento dos empréstimos.

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Reportagem: Pedro Paz
Edição: Aline Lins
Foto: Fotomontagem com arquivos pessoais