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Pesquisadores da UFPB melhoram previsões da Nasa para enchentes e deslizamentos

Método inovador otimiza algoritmos e sensores de satélites para gestão de recursos hídricos
publicado: 10/06/2020 17h42, última modificação: 11/06/2020 13h52
Pesquisa, publicada no renomado Journal of Hydrology, é a primeira realizada em grande escala para uma região tropical como o Brasil. Crédito: Reprodução/O Dia/ Autor Desconhecido

Pesquisa, publicada no renomado Journal of Hydrology, é a primeira realizada em grande escala para uma região tropical como o Brasil. Crédito: Reprodução/O Dia/ Autor Desconhecido

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram mecanismos de dados, a partir de satélite da agência norte-americana National Aeronautics and Space Administration (Nasa), para melhorar estimativas de chuvas e auxiliar na previsão de desastres naturais como enchentes e deslizamentos de terra.

artigo “The performance of the IMERG satellite-based product in identifying sub-daily rainfall events and their properties” (“O desempenho do produto baseado em satélite IMERG na identificação de eventos subdiários de chuva e suas propriedades”) aponta melhorias para os sensores dos satélites ou nos algoritmos da Nasa que podem dar suporte na gestão de recursos hídricos e sobre medidas para conter a proliferação de doenças, como a cólera.

O estudo conta com a participação de pesquisadores dos departamentos de Geociências, Solos e Engenharia Rural, Engenharia Civil e Ambiental da UFPB e de especialistas da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Universidade de Swansea (Reino Unido) e de dois centros da Nasa nos Estados Unidos.

De acordo com um dos autores do trabalho, professor Victor Hugo Coelho, a pesquisa surgiu a partir de estudos do pesquisador Emerson Freitas, sob a orientação do docente Cristiano Almeida, e avaliou os dados das precipitações de chuvas que foram estimados por satélites da missão Global Precipitation Mission (GPM) da Nasa.

“Eles captam eventos das chuvas subdiários e algumas de suas propriedades. As propriedades de chuva estimadas pelos dados dos satélites avaliadas no estudo foram as seguintes: altura ou lâmina de água precipitada, duração e intensidade (quantidade de chuva em um determinado tempo)”, explica o professor da UFPB.

Segundo Victor Hugo, as informações sobre as chuvas obtidas pelos satélites foram comparadas, entre 2017 e 2019, com dados de 1.757 estações pluviográficas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), referentes a todo o Brasil.

“Esse estudo foi uma das mais detalhadas avaliações da capacidade dos dados da missão GPM da Nasa, que atua estimando dados subdiários de chuva. Foi o primeiro realizado em grande escala para uma região tropical do globo terrestre e publicado em uma das mais renomadas revistas científicas de Hidrologia do mundo, o Journal of Hydrology”, destaca. 

Os resultados da pesquisa, afirma o professor da UFPB, mostraram que os dados das precipitações de chuvas obtidos pelos satélites da missão GPM da Nasa são capazes de representar bem a lâmina de chuva na escala subdiária, em boa parte do território brasileiro. No entanto, contrasta Victor Hugo, “a intensidade e a duração da chuva ainda não são bem representadas pelos dados dos satélites”.

O pesquisador da UFPB ressalta ainda que os resultados obtidos pelo artigo poderão ser utilizados pelos pesquisadores da Nasa para realizar melhoramentos nos produtos da agência norte-americana sobre a capacidade das chuvas.  

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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB