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Professor da UFPB é um dos organizadores de livro sobre divas da cultura pop

publicado: 23/03/2021 13h36, última modificação: 23/03/2021 13h38
Pesquisador diz que ser fã de diva pop é problemático no Brasil pelo machismo e preconceito

Imagem: Divulgação

“DIVAS POP - O corpo-som das cantoras na cultura midiática” é o título da obra que resultou de um profundo trabalho de investigação realizado pelo Grupo de Pesquisa de Comunicação, Música e Cultura Pop (GruPop/UFPE), criado há dez anos.

O livro se apresenta como um dossiê sobre a figura da diva pop tanto no cenário da música nacional como da internacional, a partir de personalidades que fizeram sucesso há algumas décadas, como Carmem Miranda e Madonna, e outras que são destaque nos dias de hoje, a exemplo de Anita, Pablo Vittar, Beyoncé, Katy Perry, Lady Gaga e Britney Spears.

Os organizadores são o Prof. Alan Mangabeira, do Departamento de Comunicação do Centro de Comunicação, Turismo e Artes da Universidade Federal da Paraíba (CCTA/UFPB), o Prof. Thiago Soares e a doutoranda Mariana Lins, ambos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Entre outras abordagens, o estudo atenta para a importância de pesquisar esse tipo de ator social em contextos temporais diferentes, considerando, no caso desse livro, o impacto e dimensão de poder da mulher como diva no meio musical, trazendo à tona, por exemplo, certos estilos de vida.

Prof. Alan Mangabeira ressalta outro aspecto importante que a obra discute: a questão do ‘ser fã’, que sempre foi visto como algo pejorativo e, segundo o pesquisador, “tem um quê de machismo”. Alan explica que o termo ‘fanaticus’ vem do culto à Deusa da Guerra, Belona, em que ela pedia um sacrifício dos súditos homens: que cortassem sua genitália e a oferecessem a ela. Com isso eles se tornavam eunucos, ou seja, perdiam a masculinidade.

Ainda de acordo com o pesquisador, ser fã de uma diva pop sendo um homem no Brasil se torna, então, problemático em vista da sociedade normativa. “A partir daí, creio que para além de vencer esse preconceito, analisar o trabalho de mulheres, em seu sentido mais amplo, incluindo drags, nos faz rever situações de extremo machismo, que muitas vezes fazem dessas divas produtos aprisionados, como Britney Spears, que vive há 20 anos em uma tutela controlada pelo próprio pai, sem direito a engravidar, dirigir, sair de casa ou controlar seu próprio dinheiro e medicação”, observou.

"DIVAS POP - O corpo-som das cantoras na cultura midiáticaestá disponibilizado para download gratuito. A obra, fruto do projeto Procad-Capes, tem 12 capítulos e participação de outros 9 autores.

O GruPop foi criado há dez anos pelo professor Thiago Soares quando ainda integrava o corpo docente do Departamento de Comunicação da UFPB. Atualmente, Thiago Soares é professor do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação na UFPE.

Em 2013, ainda na UFPB, o Prof. Thiago Soares lançou o primeiro livro dele , “A estética do videoclipe”, com apoio da Editora UFPB. O docente evidencia que a UFPB tem uma imensa importância não só na gênese do projeto, mas que foi essencial para que o grupo tenha se capilarizado e conseguido o alcance que possui hoje. 

As atividades do GruPop podem ser acompanhadas pelo Instagram, no perfil @grupop.ufpe, ou pelo site grupop.com.br.

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Reportagem: Ascom/UFPB com Assessoria do CCTA
Imagem: Divulgação