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Profissionais da UFPB constroem próteses para pacientes com deformidades faciais

publicado: 10/03/2021 16h02, última modificação: 10/03/2021 18h49
Serviço é oferecido gratuitamente à população, por meio de ações da Escola Técnica de Saúde (ETS)

Com o intuito de resgatar a autoestima de pessoas mutiladas ou com deformidades congênitas e devolver a qualidade de vida a esses indivíduos por meio da reabilitação facial, uma equipe de profissionais da Escola Técnica de Saúde (ETS) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) constrói próteses para quem perdeu estruturas da face.

O trabalho realizado pelo Laboratório de Prótese Dentária da ETS já é referência na Paraíba na área de prótese, prestando atendimento gratuito, por meio do Sistema Único de Saúde (Sus), para pacientes encaminhados por unidades de saúde de João Pessoa e do interior do Estado. 

Como se fosse uma artista plástica, a dentista e professora da UFPB Cacilda Chaves realiza um trabalho artesanal, minucioso e delicado de recriação, a exemplo da pintura da íris do olho ou da colocação dos cílios artificiais na prótese ocular.

Coordenadora do Laboratório de Prótese Dentária, ela explicou que as próteses, feitas de resina ou de silicone, são oferecidas aos pacientes com deformidade bucomaxilofacial por meio de ações de extensão e pesquisa desenvolvidas por professores da Escola Técnica de Saúde.

“Nosso trabalho é resgatar a autoimagem e a autoestima de pessoas mutiladas, em casos que a cirurgia plástica não consegue resolver, como, por exemplo, um paciente que perde um globo ocular ou uma pessoa que perde, em virtude de um câncer, as estruturas faciais de pálpebras, cílios e sobrancelhas, ou estrutura do nariz”, contou a dentista.

Com autoestima baixa e estigmatizadas, muitas vezes são pessoas que foram mutiladaem decorrência de patologias como câncer ou foram vítimas de violência urbana, por exemplo, elas se escondem atrás de acessórios como óculos escuros e bonésSegundo a dentista, essas pessoas são levados ao atendimento da UFPB por algum membro da família ou por algum amigo.

Foi o caso, por exemplo, de Ary Duarte, de 59 anos. Pessoa com deficiência, ele foi levado até o HULW pela irmã Nilbe, que é também sua curadora. Ela conta que o irmão perdeu o globo ocular esquerdo após ter um câncer de pele há duas décadas. Reabilitado por meio do serviço oferecido pela UFPB, Ary usa uma prótese há cinco anos. “É uma felicidade para ele. É como se fosse mesmo o olho dele, como se ele enxergasse tudo. Ele não sabe sair sem a prótese”, afirmou Nilbe.

O serviço – Para atendimento à população, foi implantado um serviço de reabilitação bucomaxilofacial que funciona no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), onde são atendidos, por mês, em média 15 pacientes. É um trabalho realizado de forma multidisciplinar por professores e alunos integrantes das ações de extensão e pesquisa da ETS, envolvendo também profissionais de áreas como a medicina e a enfermagem.

“Essas pessoas que perderam estrutura da face e que a cirurgia plástica ou reconstrutiva não resolveu, ou aquelas que nasceram com alguma deformidade, serão avaliadas pela nossa equipe de dentistas para tratarmos aquelas que podem ser reabilitadas”, informou a Profa. Cacilda Chaves. O agendamento dos pacientes é realizado no Núcleo de Odontologia Social, situado no térreo do HULW, no campus João Pessoa da UFPB.

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Reportagem: Milena Dantas e Aline Lins
Edição: Aline Lins
Fotos: Angélica Gouveia