Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Projeto da UFPB desenvolve medicamentos em forma de doces
conteúdo

Notícias

Projeto da UFPB desenvolve medicamentos em forma de doces

publicado: 09/09/2022 17h58, última modificação: 09/09/2022 17h58
Formulações inovadoras visam facilitar a administração de medicamentos para crianças e idosos

Foto: Divulgação

Um projeto do Departamento de Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vem desenvolvendo formulações inovadoras de medicamentos no formato de doces a fim de facilitar a administração de medicamentos infantis e até para idosos. Até o momento, já foram desenvolvidas pastilhas, pirulitos, chocolates, picolés e jujubas. 

Por meio dessas novas formas farmacêuticas - encontradas no  formatos de guloseimas - é possível administrar anti-inflamatórios como ibuprofeno e cetoprofeno,  medicamentos como paracetamol e ainda diversos outros fármacos antifúngicos, antimicrobianos e fitoterápicos. 

As formulações oferecem de forma mais atrativa, palatável e agradável, o objetivo primário do fármaco, podendo ter, inclusive, cores e sabores personalizados. Nesse contexto, a manipulação dessas bases inovadoras surge como uma estratégia para melhora da adesão medicamentosa da população.

O projeto, relacionado ao Edital 01/2022 da Pró-reitoria de Pesquisa (Propesq/UFPB), desenvolve os produtos no Laboratório de Farmacotécnica da UFPB, com uma equipe composta pelo Prof. Pablo Queiroz Lopes (coordenador), Profa. Leonia Maria Batista, além dos colaboradores João Delonx Regis Barboza de Souza e Larissa Figueiredo Pacheco (estudante). 

Segundo o coordenador do projeto, Prof. Pablo Queiroz Lopes, por meio do medicamento manipulado é possível melhorar a relação medicamento-paciente e ainda adequar a terapêutica de acordo com as necessidades do paciente, incluindo idade, gênero e metabolismo, dentre outras particularidades.

“A manipulação de medicamentos vem em contínuo crescimento por apresentar benefícios inegáveis aos pacientes, como a melhora da adesão do paciente ao tratamento com consequente melhoria da qualidade de vida, prescrições individualizadas, associação de princípios ativos em uma mesma forma farmacêutica e preços acessíveis quando comparados aos medicamentos industrializados”, explicou o professor. 

Conforme relatou ele, formas farmacêuticas pouco atrativas, dificuldade de deglutição de comprimidos e palatabilidade desagradável interferem diretamente na ausência de aceitação do tratamento medicamentoso por pessoas que apresentem problemas ou dificuldade para deglutir. “Como alternativa viável e atrativa estamos trabalhando esse nicho escasso de medicamentos saborosos no mercado”, frisou o Prof. Pablo. 

Ainda segundo o docente, além da base desenvolvida ser de baixo custo, apresenta também características organolépticas melhores que as bases existentes no mercado. Além disso, quando comparadas a outras marcas presentes no mercado, os doces desenvolvidos pelo grupo de pesquisadores da UFPB possuem uma melhor estabilidade físico-química e microbiológica.

No momento a equipe trabalha em formulações para veicular o medicamento em formato de goma de mascar (chicletes), apresentando-se diversas opções de formas farmacêuticas para crianças e idosos, de forma a agradar ao paciente e facilitar a administração dos medicamentos.

Vale ressaltar que a escolha pela forma farmacêutica mais adequada deve ser realizada em conjunto com o médico, considerando as particularidades de cada paciente, após relatos dos responsáveis, principalmente no que se refere à dificuldade da adesão ao tratamento devido ao sabor desagradável do medicamento. 

O próximo passo da pesquisa consistirá na realização de uma análise sensorial para avaliar a aceitabilidade mercadológica e a qualidade do produto para que as formas farmacêuticas possam ser disponibilizadas para o público em um futuro breve. Além disso, segundo o professor, o grupo pretende dar início ao desenvolvimento e elaboração de medicamentos veganos. 

* * *
Reportagem: Mellody Oliveira
Edição: Aline Lins
Foto: Divulgação