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Projeto da UFPB oferece apoio a lactantes no processo de amamentação

publicado: 09/08/2021 10h59, última modificação: 09/08/2021 11h08
Comunidade virtual tem a participação de cerca de 1,5 mil mulheres

Foto: Angélica Gouveia

A interrupção da amamentação antes dos seis meses de vida do bebê é uma realidade no BrasilDados do Ministério da Saúde (2020) revelam que aproximadamente 54% das crianças não têm o leite materno como alimento exclusivo até o sexto mês de idade. Este desmame precoce pode comprometer a segurança alimentar e nutricional das mães e dos bebês.

Com a finalidade de estimular o aleitamento materno e oferecer apoio a lactantes, o projeto de extensão “Amamenta, mamãe”, dDepartamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), utiliza redes sociais para prestar assistência a mulheres após alta dHospital Universitário Lauro Wanderley (HULW/UFPB).

tema do aleitamento materno está sendo objeto de uma campanha de conscientização durante este mês, o Agosto Dourado, e, nesta Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), foram desenvolvidas diversas atividades no HULWa exemplo de um ciclo de webpalestras da divulgação do “Amamenta Mamãe”. Com a distribuição de panfletos, realizada por extensionistas ( vacinados) do projeto, o objetivo é incentivar as mães a fazerem parte de uma comunidade virtual que existe desde 2016.

Coordenadora do projeto de extensão, a docente Cínthia Rodrigues explica que o Amamenta, mamãe foi criado, há cinco anos, época em que implementou uma comunidade virtual, que consiste em um grupo no Facebook, para prestar informações às lactantes e funcionar como uma rede para troca de experiências entre as usuárias. Durante a pandemia, em 2020, também foi criada uma conta no Instagram para reforçar a divulgação de informações sobre a iniciativa.

Atualmente, esse grupo nas duas redes sociais é formado por cerca de 1,5 mil mulheres, que são estimuladas à prática da amamentação de forma exclusiva até o sexto mês de vida e a manutenção do aleitamento materno até o segundo ano de vida, sempre que possível. Segundo a coordenadora Cínthia Rodrigues, o desmame precoce é, de forma recorrente, resultado da falta de informações. “Geralmente dúvidas e medos que não são sanados de forma adequada. Há muitos mitos e tabus em torno do assunto e uma crença de que o leite não é um alimento de qualidade”, contou.

Assim, essas redes virtuais, segundo a docente, revelaram-se importantes ferramentas para o fortalecimento da assistência a lactantes pós-alta e para a desconstrução desse imaginário sobre a amamentação. “Verificou-se a eficácia do grupo, pois as mulheres que estavam nele prolongaram o tempo de aleitamento materno. Foi estatisticamente significante e isso se reflete na saúde do bebê”, informou.

A intervenção teve um impacto positivo sobre a duração e a frequência de amamentação. Um estudo feito em 2016 com 251 participantes apontou que a frequência de amamentação exclusiva foi maior no grupo de intervenção (formado por 123 mulheres que participavam do projeto) em todos os meses de acompanhamento, chegando a 33,3% no sexto mês, enquanto esse percentual foi de 8,3% no grupo de controle (com 128 lactantes que não participavam da iniciativa)Já a duração média da amamentação exclusiva foi de 149 dias no grupo de intervenção, contra 86 dias no grupo de controle.

O projeto conta com a participação de alunos extensionistas, professores dMedicina, Enfermagem e Nutrição da universidade e colaboradores externos, além de uma rede de profissionais formada por médicos, enfermeiros e nutricionistas, dos setores de Pediatria, Clínica Obstétrica (Enfermagem) e Divisão de Nutrição e Dietética do HULWque orientam as parturientes sobre a amamentação.

O grupo no Facebook está aberto a todas as lactantes interessadas, inclusive as que tiveram bebês em outros hospitais além do hospital da UFPB. Gestantes que estão se preparando para o aleitamento materno também podem participar. Mais informações pelo Instagram @projetoamamentamamae. 

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Reportagem: Aline Lins
Foto: Angélica Gouveia