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Projeto da UFPB reabilita pacientes com deformidade na face

Próteses em resina e silicone recuperam funções fisiológicas e autoestima
publicado: 19/12/2019 20h25, última modificação: 20/12/2019 18h46
Serviço é ofertado gratuitamente, no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa (PB). Crédito: Saint Clair Avelar

Serviço é ofertado gratuitamente, no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa (PB). Crédito: Saint Clair Avelar

Projeto de Extensão desenvolvido pela Escola Técnica de Saúde (ETS) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) busca promover o bem-estar e inclusão social de indivíduos com deformidade na face.  O trabalho é coordenado pela professora Icléia Honorato, no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa (PB). 

No projeto é realizado o atendimento clínico aos pacientes, além de orientações no campo da alimentação, higienização e saúde básica. Eles também são inseridos em rodas de conversa, visando a integração e socialização com outras pessoas. Ademais, a iniciativa também realiza palestras nas escolas, abordando temas como a promoção da saúde e prevenção ao câncer de cabeça, pescoço e pele.

De acordo com a pesquisadora, a existência de mutilações na face pode ocasionar alterações na fisionomia do indivíduo, o levando a depressão, perda da autoestima, da autonomia e do isolamento social que afetam a sua qualidade de vida. Dependendo da área comprometida, além do prejuízo estético, podem ocorrer outros problemas, como na comunicação, deglutição, alimentação e perda da visão.

“É crescente o número de casos de pessoas com mutilação facial, caracterizando um problema de saúde pública. Essas pessoas vivem à margem da sociedade e recebem tratamento preconceituoso e estigmatizado. Por isso, se isolam e se escondem por detrás de óculos escuros, bonés, chapéus e lenços”, relata a professora Icléia Honorato.

O serviço é referência na Paraíba e estados circunvizinhos, com atendimento de média e alta complexidade dentro dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o trabalho foi premiado por ações educativas em saúde, com valorização da comunicação e da escuta qualificada.

No dia a dia, participam das atividades professores da Escola Técnica de Saúde da UFPB e alunos dos cursos técnicos em enfermagem, prótese dentária e de graduação em Odontologia, que atuam no desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão, por meio de procedimentos clínicos e laboratoriais, para a reabilitação e reintegração social dos indivíduos com mutilação facial.

Após toda parte assistencial, ocorre o processo de reabilitação facial, que consiste na construção de próteses em resina e silicone medicinal, como ocular, nasal, óculo-palpebral, de palato (intra-orais) e auricular. Todo serviço de reabilitação bucomaxilofacial é gratuito e funciona nas dependências da Escola Técnica de Saúde, vizinha ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus I, em João Pessoa.

“Com essas ações educativas em saúde apresentamos aos indivíduos a possibilidade de se enxergar igual às outras pessoas e contribuir no resgate de sua identidade pessoal, elevação e sua autoestima e reinserção social”, argumenta Honorato.

Carlos Germano | Ascom/UFPB