Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Projeto na UFPB estimula desenvolvimento psicomotor de crianças autistas
conteúdo

Notícias

Projeto na UFPB estimula desenvolvimento psicomotor de crianças autistas

Através de materiais lúdicos, grupo trabalha consciência e expressão corporal
publicado: 26/08/2020 21h17, última modificação: 27/08/2020 10h28
O projeto "Brinquedo Azul" atua no Vale do Mamanguape, no Litoral Norte paraibano, com aproximadamente 30 crianças autistas. Materiais em formas orgânicas e geométricas incentivam coordenação psicomotora. Crédito: Departamento de Design-CCAE

O projeto "Brinquedo Azul" atua no Vale do Mamanguape, no Litoral Norte paraibano, com aproximadamente 30 crianças autistas. Materiais em formas orgânicas e geométricas incentivam coordenação psicomotora. Crédito: Departamento de Design-CCAE

O Departamento de Design do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realiza o projeto “Brinquedo Azul” para auxiliar o desenvolvimento infantil de crianças autistas no município de Rio Tinto, no Litoral Norte paraibano. 

Coordenado pela professora Myrla Lopes Torres, a iniciativa faz parte da ação “Design de Brinquedos” e atuará, até dezembro deste ano, no desenvolvimento de material lúdico para crianças e na divulgação de informações sobre o espectro autista. 

“Realizamos ações para o desenvolvimento psicomotor e social das crianças com o espectro autista no Vale do Mamanguape. O projeto foi planejado para auxiliar o tratamento de crianças autistas que são atendidas no Centro de Atenção Psicossocial (Caps I) e no Ambulatório de Especialidades (AME) da região”, explica a professora da UFPB. 

De acordo com Myrla Lopes Torres, no Caps I, são atendidas 326 crianças e adolescentes. Vinte foram diagnosticadas com espectro autista e outras passam por investigação pela equipe multidisciplinar do local. Já no ambulatório, são atendidas oito crianças autistas. 

“Diante da pandemia da Covid-19, o projeto Brinquedo Azul teve que se reinventar. Atuamos em reuniões virtuais com terapeuta ocupacional e responsáveis pelas crianças, pesquisas on-line, entrevistas com as famílias e no desenvolvimento de atividades lúdicas digitais para auxiliar no desenvolvimento motor e cognitivo de crianças”, destaca a professora. 

O projeto da UFPB tem feito divulgação de conteúdo sobre autismo em perfil no Instagram e criou um grupo no aplicativo WhatsApp para divulgar material e fornecer apoio às mães que são atendidas no Caps e no ambulatório do Vale do Mamanguape. 

Além disso, o grupo de pesquisadores da UFPB que atua no projeto elabora pesquisas para desenvolver produtos lúdicos, cartilha informativa sobre o autismo e escreve artigos científicos a respeito da temática. 

“Os produtos lúdicos são em diversos materiais. Utilizam-se de formas orgânicas e geométricas, são de fácil manuseio e auxiliam no desenvolvimento da coordenação psicomotora das crianças. As ações voltadas para uma cartilha informativa e artigos científicos auxiliarão também nesse processo”, argumenta Myrla. 

Para a professora da UFPB, o projeto “Brinquedo Azul” revela êxitos nas atividades ao fornecer informações essenciais sobre o espectro autista para a sociedade. 

Myrla ressalta que as reuniões virtuais possibilitam compreender as necessidades das crianças e auxiliam as mães no estímulo diário para o desenvolvimento psicomotor de seus filhos. 

“A interação com as mães das crianças atendidas pelas instituições tem sido enriquecedora para os membros do projeto. As trocas de informações possibilitam a compreensão e o maior envolvimento com o espectro autista”, reforça a professora. 

O grupo que atua no projeto da UFPB espera, afirma Myrla, que os produtos lúdicos possam ser fornecidos rotineiramente às famílias atendidas na rede de saúde do Vale Mamanguape. 

A professora também acredita que a inciativa do Departamento de Design possa motivar as pessoas a aceitarem e compreenderem melhor a vivência de pessoas com espectro autista. 

“Queremos promover um momento de diversão e estímulo para as crianças com espectro autista. Acreditamos que as informações divulgadas estejam motivando as famílias do Vale do Mamanguape a aceitar e a compreender mais amplamente as dificuldades enfrentadas”, finaliza. 

* * *
Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB