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Relatório da UFPB aponta sobrecarga da rede de saúde em Mamanguape, no Litoral Norte

Entre 10 e 20 de junho, houve aumento de 90% no número de casos de Covid-19
publicado: 02/07/2020 16h54, última modificação: 02/07/2020 16h54
Em dez dias, as mortes decorrentes da infecção pelo novo coronavírus no município subiram de 23 para 36. Crédito: Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Etnias e Economia Solidária/Reprodução

Em dez dias, as mortes decorrentes da infecção pelo novo coronavírus no município subiram de 23 para 36. Crédito: Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Etnias e Economia Solidária/Reprodução

Pesquisadores do Centro de Ciências Aplicadas e Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) alertam, em relatório sobre a pandemia da Covid-19 no Litoral Norte paraibano, para a insuficiência no número de ambulâncias, de equipes de saúde especializadas e a falta de leitos nas Unidades de Terapias Intensivas (UTI’s) do Hospital Geral de Mamanguape. 

O Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Etnias e Economia Solidária da UFPB endossa que há casos de pacientes que não suportaram a espera de uma ambulância para a unidade de saúde e morreram antes de chegar ao hospital.

“Várias unidades de saúde, a exemplo da instalada em Rio Tinto, cidade vizinha, servem para consultas. A precariedade em Mamanguape levou o prefeito de Rio Tinto a transferir os dois únicos respiradores de lá para o Hospital Geral de Mamanguape, alegando falta de estrutura física, de corpo médico e de insumos na cidade vizinha”, afirma o professor da UFPB, Paulo Palhano.

De acordo com Palhano, que coordena o Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Etnias e Economia Solidária da UFPB, entre 10 a 20 de junho, as mortes decorrentes da infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) aumentaram de 23 para 36 casos no Vale do Mamanguape. “Um grave aumento de 56% nos óbitos”, destaca o professor.

Nesses dez dias, segundo o relatório, os casos de Covid-19 confirmados subiram de 1.021 para 1.945. Ao todo, foram 924 novos registros e houve um aumento de 90% no período. 

Para os pesquisadores, o Vale do Mamanguape vivencia uma crise sanitária que se agrava não apenas pela diminuição do distanciamento social, mas também pela falta de estrutura do sistema de saúde em receber a demanda. 

“Percebe-se os seguintes pontos na estrutura hospitalar da região: ausência de leitos de UTI’s para tratamento de pacientes com Covid-19, falta de ambulâncias com equipamentos avançados e insuficiência de equipes médicas especializadas”, conta o professor Palhano.

Segundo os pesquisadores da UFPB, a vulnerabilidade social da região contribui para aumentar o cenário de crise de saúde e sanitária no Vale do Mamanguape. A consequência, endossam eles, evidenciará um caos social na localidade, que poderá atingir o colapso e trazer danos maiores para a população em busca de leitos destinados ao tratamento de Covid-19 na Paraíba.

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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB