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UFPB analisa situação da Educação Infantil paraibana na pandemia

Quatro questionários on-line devem ser respondidos até 5 de julho
publicado: 29/06/2020 22h49, última modificação: 29/06/2020 22h49
Pesquisadores da UFPB visam formular protocolos para volta às aulas presenciais, porque o ensino remoto pode violar os direitos das crianças e ser inviável devido à exclusão digital. Crédito: Istock/arte Lunetas

Pesquisadores da UFPB visam formular protocolos para volta às aulas presenciais, porque o ensino remoto pode violar os direitos das crianças e ser inviável devido à exclusão digital. Crédito: Istock/arte Lunetas

Uma pesquisa do Departamento de Educação do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE), localizado no Campus IV da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Litoral  Norte paraibano, busca analisar como estão sendo planejadas e vivenciadas as ações educativas voltadas a crianças matriculadas em creches e pré-escolas na Paraíba, em tempos de pandemia da Covid-19.

A coleta de dados, que está sendo realizada por meio de quatro questionários on-line, teve início em 22 de junho. Os formulários 1, 2, 34 devem receber respostas até 5 de julho.

O estudo, coordenado pela professora Aurília Andrade, com o apoio de colaboradores, é direcionado às secretarias municipais de educação, profissionais da Educação Infantil e famílias que têm crianças nesse estágio educacional.

“Queremos saber como as práticas remotas da Educação Infantil estão sendo feitas neste período de quarentena, tendo em vista a necessidade de não retrocedermos no que diz respeito aos direitos das crianças, a fim de ajudar as prefeituras na elaboração dos protocolos de retorno em 2021”, conta a pesquisadora.

A sondagem tem o intuito de alcançar o maior número possível de municípios da Paraíba. “Desejamos desvelar como tais práticas estão sendo promovidas no Estado, especialmente no Vale do Mamanguape, no Litoral Norte. No entanto, como se trata de uma pesquisa on-line, sabemos que podem surgir respostas de outros locais do país”.

A professora afirma, no entanto, que a maior dificuldade que o grupo vem encontrando é obter as respostas das secretarias de educação. Ela atribui a dificuldade, possivelmente, ao fato de ser tratar de um ano eleitoral.

A ideia de realizar o estudo surgiu a partir da observação das realidades nos municípios, por meio das redes sociais e de relatos de professores e de famílias.

“A maior motivação foram os áudios compartilhados por famílias desesperadas com as exigências postas por escolas. As crianças estão tendo que ficar em frente a uma tela, muitas vezes fardadas, para assistir a aulas remotas”, conta a pesquisadora Aurília Coutinho.

Segundo ela, no interior, as famílias não possuem equipamento e internet para as aulas on-line e os pais precisam ir até a escola ou creche para receber atividades impressas.

Aurília é membro do comitê gestor do Fórum de Educação Infantil da Paraíba, parte do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB), o que também foi um fator relevante para a realização da pesquisa.

“Muitos debates estão ocorrendo em nível nacional. Há uma luta para que os danos na educação das crianças pequenas sejam minimizados”.

Ela esclarece que a pesquisa não visa apontar soluções para o atendimento remoto. “Não somos favoráveis a este tipo de oferta para crianças de creches e pré-escolas”, pontua.

Segundo a pesquisadora, o levantamento visa auxiliar as secretarias de educação na formulação de protocolos para o retorno das crianças e também reforçar os objetivos da Educação Infantil, pelos quais perpassam o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos, contemplando o direito universal ao brincar, ao se desenvolver e socializar.

“Desejamos mapear essas ofertas para, a partir dos dados coletados, contribuir com um futuro – bem próximo – pós-quarentena”.

Para ajudar a divulgar o formulário entre os municípios, a equipe conta com o apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - Seccional Paraíba (Undime/PB).

Colaboram para o estudo a pedagoga Mayne Souza e os estudantes Layze Melo, Jonatas Santos, Márcia Lira e Ione Soares.

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Reportagem: Aline Lins | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB