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UFPB articula zoneamento agrícola do Brejo paraibano

Falta de política agrícola impedia acesso a crédito para produtores da cana-de-açúcar
publicado: 15/10/2020 07h27, última modificação: 15/10/2020 07h27
Pesquisadores da federal paraibana estão testando 19 variedades da cana-de-açúcar na região. Foto: Fábio Mielezrki

Pesquisadores da federal paraibana estão testando 19 variedades da cana-de-açúcar na região. Foto: Fábio Mielezrki

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) articulou a elaboração do Zoneamento Agrícola de Risco Climático do Brejo paraibano, elaborado pela Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer). A inexistência de um instrumento de política agrícola e de gestão de riscos impedia o acesso a crédito para produtores da cana-de-açúcar e era um dos principais entraves para o financiamento do setor, na Paraíba.

Além disso, pesquisadores da federal paraibana estão testando 19 variedades da cana-de-açúcar na região. Por conta da articulação da UFPB com órgãos do setor agropecuário estadual e nacional, recentemente, o Governo Brasileiro reconheceu os municípios de Alagoa Grande, Alagoa Nova, Alagoinha, Areia, Bananeiras, Borborema, Pilões e Serraria como potenciais produtores de etanol, de açúcar e de outros derivados da cana-de-açúcar.

“Essa legitimação dos municípios paraibanos foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), em 4 de setembro. Nosso estudo foi uma solicitação do Ministério da Agricultura”, conta o professor Manoel Bandeira, do Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais da UFPB.

O zoneamento agrícola é um estudo elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio nos diferentes tipos de solo e ciclos da cana-de-açúcar.

De acordo com o Manoel Bandeira, também diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFPB, no campus II, em Areia, no Brejo paraibano, a questão da regularização do cultivo da cana-de açúcar na região era uma demanda antiga.

“É irônico uma zona agrícola que, há mais de um século, tradicionalmente, cultiva a cana-de-açúcar, não ter um zoneamento específico, climático e adequado. Era uma demanda de vários setores da indústria sucroalcooleira no Brejo paraibano, especificamente daqueles que produzem cachaça”, critica Manoel Bandeira.

O docente da UFPB explica que, por não ter um zoneamento climático, os produtores de cana na Paraíba não conseguiam, por exemplo, um empréstimo do Banco do Nordeste ou de outra instituição bancária para modernizar o seu cultivo.

A articulação da UFPB teve início no ano passado, durante a segunda edição do Encontro de Cana-de-açúcar na Paraíba, realizado no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFPB, no campus II, em Areia, no Brejo paraibano, onde houve uma reunião com vários agentes do setor.

Com a presença de produtores locais e de representantes do Ministério da Agricultura, de usinas e do Governo do Estado da Paraíba, foi discutida a necessidade de elaborar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático do Brejo paraibano.

“Reunimos prefeitos da região que têm interesse no cultivo da cana-de-açúcar, representantes do Banco do Nordeste e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para ver o que poderia ser feito e como a universidade poderia ajudar”, relata Manoel Bandeira.

Também contribuem para estes avanços na cultura da cana-de-açúcar no Brejo paraibano a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Banco do Nordeste, a Superintendência Federal da Agricultura na Paraíba e a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa).

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Reportagem: Carlos Germano | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB