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UFPB atinge 16 das 17 metas do MEC contra novo coronavírus

Produção de vacina deve ser o próximo passo da instituição
publicado: 07/05/2020 13h31, última modificação: 07/05/2020 16h03
A UFPB entregou segundo laboratório para testes de Covid-19 na Paraíba nesta quarta-feira (6). Foto: Divulgação

A UFPB entregou segundo laboratório para testes de Covid-19 na Paraíba nesta quarta-feira (6). Foto: Divulgação

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) já realizou 16 das 17 ações estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC), no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Embora o portal criado pela pasta para monitorar as atividades de universidades, institutos, centros e colégios federais registre 15, atendimento por telemedicina pelo Centro de Referência em Atenção à Saúde e orientação da atuação das equipes de atenção básica por telefone devem entrar na próxima atualização do sistema e contemplar a 16º meta. 

A produção de vacina deve ser o próximo passo para a instituição atingir os 17 objetivos, que podem ser ampliados, a depender do entendimento do MEC. Projeto recentemente aprovado por edital da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), coordenado pela pesquisadora Joelma Souza, trabalhará na produção de uma vacina para a Covid-19.

A pró-reitora de planejamento da UFPB, Elizete Ventura, explica que, inicialmente, o MEC estabelecia 11 ações, das quais a UFPB realizava dez, ficando de fora apenas a produção de vacina. Com a atualização dos dados na plataforma pelas universidades, que é bastante dinâmica, o MEC ampliou a relação para 17 ações.

Conforme consta na plataforma do MEC, a UFPB tem contribuído com testes para detecção do novo coronavírus, produção e distribuição de álcool em gel e de outras soluções sanitizantes para prefeituras e hospitais públicos, fabricação de equipamentos hospitalares como respirador, ventilador pulmonar, laringoscópio e de peças de reposição para equipamentos hospitalares.

Além disso, tem atuado na produção de protetores faciais face shields, máscaras, aventais e outros materiais para proteção individual, distribuição de alimentos, capacitação de profissionais, elaboração de material educativo como cartilhas e roteiros, serviço de apoio psicológico, cessão de veículos, empréstimo de equipamentos e assessoramento aos órgãos de saúde.

Com a inserção, no sistema, da realização de teleatendimento, faltará apenas o desenvolvimento de vacina. “Isso mostra a enorme contribuição da UFPB no enfrentamento à Covid-19 no estado da Paraíba, em várias frentes. Seria inimaginável o combate à pandemia sem a UFPB dando a sua contribuição”, afirma o pró-reitor de pesquisa Isac Almeida. 

O pró-reitor destaca, ainda, a resposta rápida dada pela comunidade científica da UFPB à pandemia, tendo em vista que a Covid-19 é uma doença nova, identificada há cerca de quatro meses. “São pesquisas de qualidade elevada, socialmente referenciadas e que estão sendo realizadas concomitantemente ao alastramento da pandemia no Brasil e na Paraíba. Eu tenho absoluta convicção de que esses estudos que nós estamos realizando vão ajudar no manejo da Covid-19 na Paraíba”.

Projetos inovadores

Além das ações de produção de equipamentos hospitalares e materiais de proteção, o professor Isac Almeida chama a atenção para o potencial dos projetos para assistência materno-infantil frente à Covid-19, avaliação de prognósticos da infecção, desenvolvimento de metodologias para diagnóstico do coronavírus, entre outros.

Todos os campi da UFPB estão engajados nas ações. O empréstimo de uma centrífuga, um dos aparelhos utilizados no processo de testagem do Covid-19, pela Escola Técnica de Saúde, para o Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB), no mês de março, foi fundamental para o início da testagem das amostras na Paraíba, assim como o treinamento das equipes da unidade estadual feito pelos profissionais da UFPB.

Parceria entre o Laboratório de Biologia Molecular do Centro de Ciências Médicas (CCM) e o Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB) possibilitou o aumento da quantidade de testes na Paraíba. O serviço de diagnóstico para o novo coronavírus ganhou reforço nesta quarta-feira (6), com a entrega do laboratório da Escola Técnica de Saúde (ETS). Os dois laboratórios juntos terão capacidade para analisar mais de 90 amostras por dia.

Foi destaque nacional e internacional o respirador pulmonar orçado em R$ 400 e 37 vezes mais barato do que o disponível no mercado, criado em 48 horas pelos inventores Railson Ramos, Mario Ugulino, Válber Almeida, Tiago Maritan e Marcos Alves.

Respiradores do Hospital Veterinário do Centro de Ciências Agrárias foram emprestados para o Hospital Municipal de Areia. Laringoscópios passaram a ser produzidos em impressora 3D pelo Laboratório de Fabricação Digital (FabLab) para auxiliar a intubação endotraqueal de pacientes em estado grave por Covid-19. Esse mesmo laboratório já produziu 1.774 protetores faciais face shields.

Dez mil litros de sanitizantes por semana 

O pró-reitor de Administração, Aluísio Souto, está envolvido em grande parte das ações realizadas pela universidade, desde sessão de espaços, logística de distribuição de alimentos, produção de álcool, de protetores faciais e de sanitizantes, entre eles álcool em gel e glicerinado, desinfetante, água sanitária e sabonete líquido.

“Sem dúvida, é a maior ação de produção e distribuição de sanitizantes da história da Paraíba. A meta inicial era atender só o Hospital Universitário (HU), mas, quando fizemos o levantamento dos laboratórios e direcionamos para a produção de álcool e dos sanitizantes, vimos que tem um potencial de atender hospitais, prefeituras e postos de saúde em todo o estado da Paraíba”.

A única limitação, hoje, de acordo com o gestor, é o recebimento dos insumos para a produção. “A gente consegue produzir dez mil litros por semana. O consumo do HU é de mil litros por mês. Então, em um turno, nós conseguimos produzir toda a demanda do HU de um mês”, conta Aluísio. Segundo ele, havendo insumos, é possível produzir, de uma só vez, 4,5 mil litros de álcool.

Os sanitizantes estão sendo produzidos por quatro laboratórios da UFPB: Laboratório Piloto de Química, no Centro de Tecnologia; laboratório do Centro Vocacional Tecnológico em Segurança Alimentar e Nutricional, no Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional; laboratório do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente; e o que fica no Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos, todos em João Pessoa.

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Reportagem: Aline Lins | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB