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UFPB capacita mais de 40 mil professores na Paraíba

Corte de recursos compromete formação inicial e continuada no Estado
publicado: 16/05/2019 19h15, última modificação: 17/05/2019 06h24
Ana Aldrigue coordena Comissão Permanente de Melhoria de Ensino da UFPB. Crédito: Pedro Paz

Ana Aldrigue coordena Comissão Permanente de Melhoria de Ensino da UFPB. Crédito: Pedro Paz

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) capacitou mais de 40 mil professores dos 223 municípios paraibanos, nos últimos cinco anos. Ao todo, foram investidos mais de R$ 6 milhões em formação inicial e continuada.

No entanto, interrupção de repasses financeiros e corte de 30% no orçamento da instituição para este ano, cerca de R$ 45 milhões, anunciado em 30 de abril pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), poderão parar formação de docentes no Estado.

Financiados por duas secretarias do MEC, a de Educação Básica (Seb) e a de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), extinta no início deste ano, os últimos cinco de cerca de 30 cursos de especialização, de aperfeiçoamento e de extensão serão finalizados no mês que vem e não há perspectiva de abertura de novas turmas.

As ações para professores também eram fomentadas pelo Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio (Pnem) e pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic).

“Devem estar dando uma pausa para reavaliações. Na verdade, desde 2015 e 2016, diminuíram as verbas para formação continuada.”, conta Ana Aldrigue, da Comissão Permanente de Melhoria de Ensino (CPME) da UFPB.

Segundo a gestora, com a extinção da Secadi, novas turmas abrirão nem tão cedo. “O Pnaic foi mantido até o ano passado. Foi fundamental para o Estado. Trabalhamos em todos os 223 municípios. Neste ano, até agora, não houve sinalização de que vai ser reativado. O Pnem foi interrompido há uns três ou quatro anos.”

Os cursos são organizados pelo Comitê Institucional de Formação Inicial e Continuada de Profissionais da Educação Básica (Comfor) da UFPB, em parceria com o Fórum Estadual Permanente de Apoio à Formação Docente da Paraíba. Há um comitê desses em toda Instituição Federal de Ensino Superior (Ifes). O da UFPB atua desde 2012.

Já o fórum é formado pela Secretaria da Educação e da Ciência e Tecnologia do Estado, pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) - Seccional Paraíba e por representantes do Comitê Gestor Institucional de Formação Inicial de Profissionais do Magistério da Educação Básica. 

900 mil prejudicados

Aldrigue explica que há dois tipos de formação de professores: a formação inicial, oferecida por meio dos cursos de licenciatura, e a formação continuada, para quem já tem posse do diploma e atua, principalmente, em escolas públicas municipais e estaduais.

Segundo o Censo Escolar 2018, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 848.841 mil estudantes matriculados em 8.255 mil escolas de Ensino Infantil, Fundamental e Médio na Paraíba, atendidos por 50.220 mil professores.

Isso significa que, em apenas cinco anos, os cursos ofertados pela UFPB atingiram, proporcionalmente, 80% desses docentes. Sem essas formações continuadas, os professores deixarão de se qualificar. O impacto na qualidade do ensino é direto e prejudicará quase 900 mil docentes e estudantes no Estado.

Dos 125 cursos de graduação oferecidos pela UFPB, 43 são de licenciaturas, sendo 33 presenciais e dez de Educação à Distância (EAD). Ou seja, um terço dos cursos é de formação inicial de professores. Se a UFPB parar mesmo em setembro, conforme a reitora Margareth Diniz tem afirmado, deixará de formar novos professores, fundamentais, por exemplo, para reposição e expansão dos quadros municipais e estadual.

Pedro Paz | Ascom/UFPB