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UFPB credencia núcleo de incubação para inovações em ambientes hospitalares

Parcerias com empresas buscarão soluções tecnológicas na área de saúde
publicado: 23/07/2020 22h55, última modificação: 23/07/2020 22h55
No Hospital Universitário da UFPB, pesquisadores e especialistas já concentram esforços na criação de aplicativos e plataformas virtuais para promoção de saúde. Foto: Angélica Gouveia

No Hospital Universitário da UFPB, pesquisadores e especialistas já concentram esforços na criação de aplicativos e plataformas virtuais para promoção de saúde. Foto: Angélica Gouveia

A Agência de Inovação Tecnológica (Inova) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) credenciou o Núcleo de Pesquisa e Inovação Tecnológica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) no programa de incubação para parcerias com empresas de base tecnológica e soluções inovadoras no ambiente hospitalar.

A escolha do núcleo se deu por causa da equipe técnica, espaços físicos e equipamentos que possui. O setor foi considerado apto para a recepção de empresas nascentes que buscam soluções tecnológicas em produtos e processos viáveis, autossustentáveis e disponíveis para a sociedade. 

De acordo com o professor Fábio Sampaio, chefe do setor de pesquisa e inovação tecnológica do hospital, localizado no campus I, em João Pessoa, a ideia do núcleo é associar dois eixos – pesquisa clínica e inovação tecnológica – no mesmo ambiente.

“Dessa forma, a indústria farmacêutica ou agência de fomento que financiar uma pesquisa clínica no HULW pode, no mesmo contrato ou em um contrato adicional, financiar startups ou ser participante ativa da gestão de negócios de novas empresas”, explica o professor.

Fábio Sampaio conta que, legalmente, é possível a efetivação dessas ações pelo overhead institucional, que consiste na taxa de serviço para a realização de pesquisas clínicas financiadas. 

“Essa é uma particularidade do Núcleo de Incubação no ambiente hospitalar e um atrativo adicional que torna esse tipo de setor interessante do ponto de vista de gestão de negócios”, destaca o docente. 

A área da saúde, segundo Sampaio, é um ambiente ainda resistente à inovação. Ele afirma que mudanças de protocolos em saúde exigem cuidados minuciosos e pesquisas com novos medicamentos ou equipamentos são, na maioria das vezes, burocráticas e possuem custos elevados. 

“O HULW tem registrado, anualmente, 170 novas pesquisas acadêmicas, mas somente 10 a 15% delas têm potencial tecnológico para gerar produto e impacto. Por outro lado, com a pandemia da Covid-19, abriu-se a necessidade de novas estratégias de negócios e o cenário está favorável para novas parcerias”, ressalta o professor. 

A meta do núcleo do hospital é estimular diversos tipos de pesquisas com potencial tecnológico e ampliar para, pelo menos, 30% os estudos com características de inovação. Fábio Sampaio lamenta o fato de o setor hospitalar possuir a taxa de apenas um depósito de patente por ano. 

“Uma avaliação interna dos projetos de base tecnológica nos mostrou que temos potencial para melhorar os números consideravelmente. Nesse sentido, os Programas de Pós-graduação que atuam no HULW são fundamentais para ampliar nossas metas de inovação tecnológica”, argumenta. 

As atividades no Núcleo de Incubação do HULW estão em estágio inicial e, enquanto as parcerias não se consolidam, os pesquisadores e especialistas que atuam no setor concentram esforços em pesquisas de aplicativos e plataformas virtuais para a área de saúde. 

O professor da UFPB revela que o Núcleo de Pesquisa Clínica do hospital ainda não está operante, mas espera que as pesquisas com Inteligência Artificial e Machine Learning possam despertar o interesse da indústria para o ambiente hospitalar. 

“Lamentavelmente, o hospital é ainda visto como um ambiente de custos elevados e pouca inovação. Mas, nos últimos anos, a inovação em Tecnologias da Informação e Comunicação, Digital Health e Telemedicina tem recebido atenção especial quando se trata do ambiente hospitalar”, diz Fábio. 

Sampaio ressalta que, no setor do HULW, há atualmente pesquisas e protótipos que podem ser atrativos para a indústria e empresas empreendedoras. Um exemplo é o aplicativo App Cel-Clean

Conforme o professor, a inovação é um dispositivo de alerta para a limpeza do celular. Tem caráter educativo e implicações na biossegurança. 

“Ele aponta a necessidade de higienização dos dispositivos móveis, indica locais onde o profissional de saúde ou usuário poderá fazer a limpeza do aparelho no ambiente hospitalar e expõe cuidados necessários em espaços com risco de contaminação cruzada”, resume Fábio.

O núcleo do HULW tem a perspectiva de contar, em breve, com investimentos para projetos integrados com o ambiente ambulatorial. O professor Fábio Sampaio alega que é um tipo de trabalho para melhorar a qualidade de vida e reduzir impactos econômicos e sociais dos pacientes. Interessados em realizar parcerias com o setor podem entrar em contato com a Agência de Inovação da UFPB, pelo e-mail inova@reitoria.ufpb.br

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Reportagem: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB