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UFPB cria 1ª escala de competências socioemocionais para gestores públicos
Pesquisadores do Núcleo de Estudos em Aprendizagem e Conhecimento da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram a primeira escala de competências socioemocionais para a administração pública no Brasil.
A validação da inciativa envolveu 424 gestores públicos e distinguiu cinco competências necessárias para a administração de instituições públicas: consciência emocional, regulação emocional, consciência social, autocontrole emocional e criatividade emocional.
De acordo com o coordenador do núcleo, professor Anielson Barbosa, a iniciativa representa uma contribuição pioneira na administração brasileira e para a psicologia da educação e do trabalho. “É a primeira escala validada sobre o tema no Brasil. Foi desenvolvida e validada a partir de uma base teórico-empírica, considerando a realidade da cultura brasileira”, conta.
Barbosa destaca que a escala pode ser utilizada em outros contextos e revela a intenção de ajustar o modelo para além do cenário administrativo público. “O objetivo é validar, no futuro, uma escala multiprofissional. O grupo de pesquisadores está com parcerias internacionais para validação na Espanha e em Portugal”, salienta o professor.
As competências socioemocionais são percebidas por meio da frequência com que uma pessoa demonstra comportamentos emocionalmente competentes no trabalho. Conforme o pesquisador do núcleo da UFPB, Wilker Macêdo, “quanto mais uma pessoa agir de forma competente emocionalmente, maior será o nível das competências socioemocionais”.
Os dados do núcleo apontam que a consciência emocional é uma competência que diz respeito ao “perceber, compreender os próprios sentimentos e os sentimentos dos outros, para manter relacionamentos construtivos”.
Para a regulação emocional, é necessário “manter-se equilibrado em situações estressantes, de mudança e de decisão”. No que toca a consciência social, é requerido “ser acessível e cooperativo, assumindo responsabilidade pelas suas ações”.
Quando se trata do autocontrole, é preciso “controlar as próprias emoções em situações estressantes e respeitar comportamentos diferentes dos seus”. Por fim, a competência da criatividade emocional distingue o “ser criativo na resolução de problemas, no uso e gestão das emoções, ao estabelecer parcerias com pessoas”.
“São estudos que mostram a relevância das emoções na aprendizagem e no desenvolvimento de competências socioemocionais de estudantes e profissionais, assim como no engajamento e no bem-estar deles”, acentua o professor Anielson.
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Texto: Jonas Lucas Vieira | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB