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UFPB é uma das poucas universidades do país a atender mulheres em situação de violência

Levantamento inédito foi publicado pelo The Intercept nesta terça-feira (10)
publicado: 10/12/2019 20h01, última modificação: 10/12/2019 20h01
Comitê está criando política para prevenir e enfrentar abusos na instituição. Crédito: Divulgação

Comitê está criando política para prevenir e enfrentar abusos na instituição. Crédito: Divulgação

A Universidade Federal da Paraíba é uma das poucas universidades do país a criar serviço para atender mulheres em situação de violência, segundo levantamento inédito feito pelo The Intercept, acerca de abusos contra mulheres no âmbito de instituições de Ensino Superior.

A UFPB também faz parte das 40 de 122 instituições (33 públicas, 7 particulares) que responderam à reportagem. Segundo o site, desde 2008, pelo menos 556 mulheres, entre estudantes, professoras e funcionárias, foram vítimas de algum tipo de violência em instituições de ensino superior no país.

O Comitê de Políticas de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (CoMu) da UFPB foi inaugurado no dia 25 de novembro deste ano. Na ocasião, Protocolo de Intenções foi assinado pela reitora Margareth Diniz, pela secretária de Políticas Públicas para as Mulheres de João Pessoa Adriana Urquiza, pelo secretário de Segurança e da Defesa Social do Estado da Paraíba Jean Francisco Bezerra Nunes e pela secretária da Mulher e da Diversidade Humana do Estado da Paraíba Gilberta Soares.

O documento tem por objetivo a cooperação entre as partes na realização de ações de prevenção e enfrentamento às violências contra as mulheres, proporcionando às mulheres que convivem na UFPB o acolhimento e o atendimento nos serviços e programas já disponibilizados pelas partes. Na solenidade, também houve a posse das conselheiras eleitas para o Conselho Gestor do CoMu.

O CoMu foi criado pela Resolução n° 26/2018, aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni), e desde março vem atendendo mulheres em situação de violência que estudam, trabalham e convivem na UFPB. Ao todo, há 25 mulheres acompanhadas pelos setores de acolhimento e enfrentamento, sendo uma média de cinco novos casos por mês.

A maioria das mulheres atendidas é parda ou branca (32%), estudante (68%) e 16% são mulheres trans. As principais queixas de violência são de assédio moral (20%), violência institucional (17,1%) e assédio sexual (14,2%). Das violências sofridas, 84% ocorreram dentro da UFPB. Professores, chefes e estudantes (16,6%) são os principais agentes violadores.

Das mulheres acompanhadas, 12% possuem processo administrativo disciplinar contra os agressores e 60% foram encaminhadas para algum serviço de psicologia ou já estava em acompanhamento psicológico.

Ascom/UFPB