UFPB, gestores e indígenas de Baía da Traição, Marcação, Rio Tinto e Mamanguape se unem em prol de laboratório

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) participou, nesta segunda-feira (28), de encontro realizado por lideranças indígenas da etnia potiguara no município de Baía da Traição, visando a articulação de apoios e obtenção de insumos para o laboratório de análises clínicas federal, localizado na Aldeia Forte. O laboratório é responsável pelo atendimento das comunidades indígenas de Baía da Traição, Marcação, Rio Tinto e Mamanguape.

O Reitor da UFPB, Prof. Valdiney Gouveia, e a Vice-Reitora Liana Filgueira foram recebidos com um grande toré – dança ritual que simboliza resistência e união – pelos caciques e outras lideranças indígenas. Os representantes da UFPB participaram do encontro a convite do Cacique Geral e vereador de Rio Tinto, Sandro Gomes Barbosa, na ocasião em que visitou a UFPB. Essa foi a primeira vez na história que um reitor da UFPB visitou as aldeias indígenas.

“Da parte da UFPB, faremos tudo que estiver ao nosso alcance para que vocês recebam o tratamento que merecem. A questão central é a saúde indígena. Então, junto com o superintendente do Hospital Universitário Lauro Wanderley, Dr. Marcelo Tissiani, a fim de ouvir as demandas da população indígena potiguara e poder ver em que podemos contribuir com esse povo que é histórico, não só no nosso estado mas no Brasil”, explicou o Reitor.

O propósito da reunião é a união da UFPB, HULW e prefeituras de Marcação, Rio Tinto, Mamanguape e Baía da Traição, para garantir o atendimento às populações indígenas. “Eles têm um laboratório muito bem estruturado, mas que precisa de insumos. A demanda é entre R$ 60 mil e R$ 90 mil para manter esses insumos e precisamos buscar esse apoio junto às prefeituras, junto ao governo federal por meio do Ministério da Saúde, e pode ter certeza de que tudo que estiver ao nosso alcance nós o faremos para que aquele povo tenha o laboratório funcionando plenamente e atendendo à população, que não precisará vir a João Pessoa para fazer exames essenciais para a saúde e qualidade de vida”, disse o Reitor.

Segundo Robson Cassiano Soares, Secretário de Assuntos Indígenas de Rio Tinto, o laboratório desempenha um papel importante, atendendo a 32 aldeias da região. “Ele é responsável por mais de 3.000 exames por mês. Se a gente perder esse laboratório, vai ser um gasto muito grande e terá que deslocar o nosso povo para fora das nossas terras”, disse.

O laboratório está há mais de 25 anos, no Vale do Mamanguape, com materiais e profissionais de excelente qualidade.

“O Reitor está muito sensível à nossa causa. Vamos fazer uma reunião com o Ministério Público Federal para fazer tudo dentro da legalidade”, pontuou o Cacique Geral Sandro Gomes.

O Superintendente do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Dr. Marcelo Tissiani, destacou a relevância das pactuações, que não se resumem a destinar recursos financeiros. “Temos parcerias culturais, transferências tecnológicas, amizade, cultura. Pensamos na parceria como um todo, não só na parte financeira”. Tissiani confia que as prefeituras poderão ajudar firmando parcerias com o HULW por meio de suas secretarias de saúde e, com isso, ampliar a capacidade de realização de exames.

Representantes dos municípios que abrigam a etnia potiguara participaram da reunião, como o secretário de Saúde de Rio tinto Heraldo Nascimento Calisto, representando a prefeita Magna Gerbasi; o secretário de Saúde de Baía da Traição Aluízio de Lorena, representando o prefeito Serginho Lima; o esposo da prefeita de Marcação Daniel Duarte, representando a gestora, que não pode comparecer devido ao falecimento de parente; o secretário de saúde de Mamanguape Rafael Aires; a secretária de Saúde de Marcação, Edfrania Santos; e o vice-prefeito de Mamanguape Zenóbio Fernandes.

Também participaram o chefe da CTL (coordenação técnicos local) da Funai, Irenildo Cassiano Gomes, a cacique e vereadora de Rio Tinto Claudecir Braz, entre outros vereadores e gestores.