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UFPB lança boletim com dados de satélites sobre as chuvas no Brasil em 2020

publicado: 20/07/2021 19h12, última modificação: 21/07/2021 10h09
A região Nordeste foi a que apresentou os menores índices pluviométricos, chegando a menos de 500 mm/ano em algumas zonas

Após lançarem um boletim sobre as chuvas ocorridas no Brasil durante o ano de 2020, por meio de dados de 1.334 estações do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), o grupo de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGECAM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizou um novo levantamento sobre as chuvas em território brasileiro durante o ano passado. Desta vez, foi utilizado dados de sensoriamento remoto, coletados por meio de satélites na órbita da Terra.

De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Cristiano das Neves Almeida, os satélites foram escolhidos por serem utilizados mundialmente, como fonte de informação sobre as chuvas, principalmente por cobrir grandes áreas. Agências como a NASA (Agência Espacial Americana), por exemplo, lançam satélites com instrumentos capazes de quantificar essas chuvas em escala global.

 

A figura mostra um esboço geral de como informações são captadas pelos satélites

“Por meio deste boletim podemos ampliar ainda mais o conhecimento sobre a precipitação no Brasil. As pessoas vão saber o quão grande foi a chuva naquela região. Se ela foi na média, ou seja, o que normalmente ocorreria ali. Ou, se foi um ano chuvoso ou mais seco do que acontece naturalmente. Assim, as regiões em que choveu acima, abaixo ou mesmo dentro da média da localidade podem ser identificadas”, destacou o professor.

Os mapas têm cores sugestivas para facilitar o entendimento, quanto mais vermelho menos chuva na região, e quanto mais azul mais chuva naquele território.

 

Conforme o levantamento, a região Norte atingiu volumes superiores a 3.000 mm/ano. Já a região Nordeste foi a que apresentou os menores índices pluviométricos, chegando a menos de 500 mm/ano em algumas zonas. O Centro-Oeste e parte do Sudeste do Brasil também apresentaram baixos índices de precipitação em 2020.

 

A pesquisa também avaliou a precipitação média histórica, que consiste na soma dos totais anuais observados ao longo de alguns anos. Nela, a região semiárida do Brasil (composta por 1.262 municípios, dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais) é a que possui menores índices pluviométricos.

A região Norte, por sua vez, continua com os maiores índices pluviométricos do Brasil. Já a região norte do Centro-Oeste, todo o sul e o litoral do Nordeste apresentaram um volume médio anual entre 1.200 e 2.000 mm/ano, aproximadamente.

Os pesquisadores também apontaram a distribuição das anomalias (anos de seca ou chuva excessiva). Segundo o levantamento, neste quesito, houve uma redução considerável da precipitação de chuvas em parte da região Norte, seguindo para Centro-Oeste e Sul.

A região com maiores volumes precipitados em anomalia foi o Nordeste e parte do Sudeste (principalmente no Estado de Minas Gerais). O estudo surgiu a partir da disciplina “Geoprocessamento em nuvens com o Google Earth Engine”, ministrada no PPGECAM/UFPB. O grupo de pesquisa também criou um site, para que cada leitor possa visualizar os dados e fazer sua própria análise de maneira simples e dinâmica.

“Estamos mostrando nosso trabalho para a população. Muitas vezes desenvolvemos vários estudos dentro da universidade e eles ficam simplesmente em uma dissertação, na estante de alguém. E isso, por sua vez, incomodava o grupo. Portanto, nós pegamos informações e dados complexos e transformamos em um boletim didático de 11 páginas. Isso facilita a vida de quem quer consumir informação científica”, concluiu Cristiano.

Além de Cristiano das Neves Almeida, participaram do estudo o Prof. Victor Hugo Rabelo Coelho e os alunos da pós Emerson da Silva Freitas, Filipe Carvalho Lemos, Geraldo Moura Ramos Filho e Marcela Antunes Meira.

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Reportagem: Carlos Germano
Edição: Ascom/UFPB
Imagens: Divulgação