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"O Inhotim que o outro Inhotim engoliu": museu, silêncio e transfiguração de memórias
Luiz Carlos Borges

Última alteração: 2015-12-18

Resumo


Este trabalho, sobre o Instituto Cultural Inhotim, trata das relações desse Museu com sua história e, em especial, com a extinta Comunidade do Inhotim; qual seja, analisa a produção de uma endohistória relativamente assimétrica à sua exohistória. Para tanto, propõe uma análise crítica do Inhotim Museu enquanto ente social e, mais particularmente, na condição de intelectual coletivo estruturado em discurso competente, logo, autoritário. O exame histórico intenta mostrar que a apropriação tempo-espacial e o silenciamento simbólico são inerentes à própria instituição do Museu e, como tais, são componentes de uma violência sistêmica que se expressa na forma de encobrimento, deslocamento/transfiguração de significantes históricos e representativos e, finalmente, na entronização de memórias. Desse modo, a endohistória do Inhotim mostra a existência de uma distância entre o sujeito-da-narrativa museal e o sujeito-do-discurso histórico e é justamente essa distância constitutiva e, em última instância, não percebida ou denegada que constitui o cerne da relação entre o Museu e sua história. Enfim, ao atravessar a autorrepresentação do Museu do Inhotim como um lugar privilegiado para a contemplação da beleza, uma espécie de função órfica do museu, a análise museológica aqui proposta objetiva por a descoberto e compreender as estratégias discursivas mediante as quais o Museu do Inhotim se autorrepresenta e se apresenta para a sociedade.

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