Portal de Conferências do Laboratório de Tecnologias Intelectuais - LTi, XVII Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação

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O PERIÓDICO CIENTÍFICO MILITAR E A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA: DOS BACHARÉIS DE FARDA AO PERIÓDICO ELETRÔNICO
Carlos Shigueki Oki, Simone da Rocha Weitzel

Última alteração: 2016-11-21

Resumo


No Brasil, as Forças Armadas que são organizações complexas e moldadas pelos seus objetivos profissionais e políticos, investiram no desenvolvimento do periódico científico militar. A partir dessa observação, realizou-se uma pesquisa exploratória com o objetivo de caracterizar o desenvolvimento e origem dos periódicos científicos militares brasileiros. A pesquisa foi desenvolvida com uma análise documental qualitativa e da avaliação quantitativa de indicadores de qualidade para periódicos científicos. A partir dessas análises, infere-se que a comunicação através dos periódicos militares, sempre teve forte influência das Forças Armadas e de suas políticas institucionais e educacionais. Os periódicos mais antigos da amostra, criados após a primeira metade do século XIX, representavam as comunidades e instituições militares através da publicação de assuntos técnicos e políticos. Já no século XX, por volta de 1910 até meados de 1980, o periódico militar promove um conteúdo principalmente voltado para as questões doutrinárias e operacionais, direcionando sua comunicação ao público institucional. Após esse período inicia-se o processo de desenvolvimento do periódico científico militar, que pode ser estruturado a partir de três influências principais.  A primeira com o fim do regime militar em 1985, que favoreceu o aumento das relações civis-militares. A segunda, com a participação da academia nos assuntos de interesse das Forças Armadas, iniciada com a criação do Ministério da Defesa em 1999 e impulsionada pelas linhas de fomento, em 2004, financiando pesquisas e programas de pós-graduação voltados a temática Defesa. A terceira, com o reconhecimento pela CAPES, a partir de 2012, dos programas de pós-graduação das Forças Armadas, que favoreceu o pensamento científico dentro dessas instituições, sendo o responsável nos últimos três anos, pelo rápido avanço qualitativo dos periódicos científicos militares. Conclui-se que Forças Armadas estão construindo uma identidade para seus periódicos científicos, buscando legitimá-los junto às comunidades científicas que atuam em áreas de interesse dessas instituições.


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